Delegado diz que madrasta foragida mandou matar mãe da enteada por obsessão; polícia apura estelionato na trama

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Gabrielle Cristina Pinheiro Rosário é investigada como mandante do crime — Foto: Reprodução


A Polícia Civil segue nas buscas por Gabrielle Cristine Pinheiro Rosário, apontada como mandante do assassinato de Laís de Oliveira Gomes Pereira, de 25 anos, morta com um tiro na nuca enquanto empurrava o carrinho do filho em Sepetiba, no dia 4 de novembro. Segundo o delegado Robinson Gomes, da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), os advogados da suspeita informaram que ela não pretende se entregar, o que reforça o pedido de prisão preventiva. A trama, segundo ele, pode envolver não só a morte brutal de Laís, mas também outros crimes, como estelionato, apontados na análise dos celulares apreendidos.

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— Eles disseram que ela não tem a intenção de se entregar. Ela já é considerada foragida, com mandado de prisão em aberto, e essa fuga dá mais base para gente solicitar a preventiva dela — afirmou o delegado en entrevista ao RJ1.

A polícia já realizou diligências em vários endereços ligados a Gabrielle, mas sem sucesso. — Já procuramos em diversos locais, nos endereços cadastrados em nome dela, mas não conseguimos encontrá-la — contou Gomes.

Nesta terça-feira, duas pessoas prestaram depoimento na Delegacia de Homicídios da Capital. O delegado explicou que analisa o conteúdo :

— Vou analisar esses depoimentos para verificar a responsabilidade de cada uma no caso — disse.

Sobre Erick Santos Maria, que pilotava a moto usada na execução, e Davi de Souza Malto, apontado como autor do disparo, Gomes afirmou que os dois confessaram o crime e não têm antecedentes, mas que é preciso esclarecer se o Davi tem ou não envolvimento com um grupo de extermínio em Belford Roxo.

A arma usada no crime ainda não foi localizada.

— A arma era do Erick, mas a gente não conseguiu apreendê-la. Já fizemos uma diligência na casa dele, não encontramos. Agora vamos tentar ouvi-lo de novo para ver se ele entrega onde está a arma — detalhou.

O delegado acrescentou que novas provas podem surgir a partir da análise dos celulares apreendidos. — A gente acredita que o conteúdo dos celulares vai trazer muita informação sobre o envolvimento dela e dos demais indiciados nessa trama criminosa. O laudo do ICCE saiu ontem à noite, e eu vou analisar agora, mas acredito que vamos encontrar muita coisa — inclusive indícios de crimes de estelionato — afirmou Gomes.

As investigações indicam que o crime foi motivado pela fixação de Gabrielle pela enteada, Alice, filha de Laís com Lucas Soares Ramos, atual marido da suspeita. Testemunhas relataram que Gabrielle exigia ser chamada de mãe pela menina e protagonizou uma série de conflitos e ameaças contra Laís pela guarda da criança.

Segundo o inquérito, Gabrielle chegou a tentar retirar a menina da escola sem autorização, além de ter enviado mensagens agressivas à vítima. A mãe de Lucas, Andressa, afirmou que Alice chegou a se referir à madrasta como “mamãe Gabi”. Já o ex-companheiro de Laís, Eimar Felipe, descreveu Gabrielle como “controladora e competitiva”.

Outros depoimentos, como o do irmão de Laís, Vitor, e o da amiga Letícia, reforçaram o histórico de ameaças e hostilidade. Uma testemunha próxima a Gabrielle revelou que ela usava o celular de terceiros para enviar mensagens ofensivas à vítima — o que, segundo a polícia, liga diretamente as ofensas à intenção de matar.

Gabrielle segue foragida, e a Polícia Civil mantém as diligências para localizá-la e recuperar a arma usada no crime. — Vamos continuar até encontrá-la. O inquérito está bem avançado, mas precisamos ouvir todos os envolvidos e esclarecer a total participação de cada um nessa trama — concluiu o delegado Robinson Gomes.



Com informações da fonte
https://oglobo.globo.com/rio/noticia/2025/11/12/delegado-diz-que-madrasta-foragida-mandou-matar-mae-da-enteada-por-obsessao-policia-apura-estelionato-na-trama.ghtml

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