Cláudio Castro se reuniu com parlamentares e secretários no CICCReginaldo Pimenta / Agência O Dia
“Quem disse que quem cortou a cabeça não foi o pessoal lá que foi buscar o corpo? Quem disse que foi a polícia que cortou a cabeça dele? Criminosos podem ter feito novas lesões nos corpos. Vamos expandir a investigação para apurar vilipêndio a cadáver. Podem ter feito isso justamente para chamar atenção da imprensa”, afirmou após reunião com membros da Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados.
Na manhã de quarta-feira (29), dia seguinte à megaoperação, moradores e voluntários retiraram 63 corpos da Serra da Misericórdia e colocaram na Praça São Lucas, na Penha. Um vídeo que circula nas redes sociais mostra que um dos suspeitos foi encontrado com o corpo separado da cabeça na área de mata. Durante a coletiva desta quinta, o secretário de Segurança Pública, Victor Santos, disse que a perícia do Instituto Médico Legal (IML) tem a capacidade de identificar se a lesão aconteceu antes ou depois da morte do homem.
Felipe Curi já havia informado, na quarta-feira, a abertura de um inquérito para investigar os responsáveis por retirarem os corpos da área de mata. O secretário afirmou que imagens obtidas pelo governo mostram que os mortos tiveram suas roupas camufladas retiradas. Para Curi, o grupo que participou da remoção pode responder por fraude processual, crime em que consiste em modificar o local, os objetos ou o estado das pessoas envolvidas em um crime para induzir a Justiça ou um perito ao erro.
Ainda na coletiva ao lado dos deputados federais, a cúpula de segurança do Rio foi questionada sobre uma suposta proibição da entrada de defensores públicos no IML para acompanhar a necropsia. Curi respondeu que os profissionais “sérios” estão sendo liberados, mas que há uma “minoria lacradora querendo chamar atenção”.
“Estamos em contato com o Defensor Público-Geral. O que há, infelizmente, é uma minoria lacradora que está querendo chamar atenção no IML, mas os defensores públicos sérios estão sendo atendidos da mesma forma que o Ministério Público está acompanhando todas as necropsias que estão sendo feitas lá. Não temos nada a esconder, a transparência é total”, destacou o secretário. “O IML não está aberto a visitação”, acrescentou Victor Santos.
Com o total de 121 mortes, a megaoperação nos complexos da Penha e do Alemão é a mais letal da história do Brasil, superando o ‘Massacre do Carandiru’. Além dos mortos, o governo divulgou que 113 pessoas foram presas, sendo 33 de outros estados, e 10 adolescentes apreendidos. As equipes apreenderam 91 fuzis, 26 pistolas, um revólver, 14 artefatos explosivos, centenas de cartuchos e toneladas de drogas.

 
			 
			
 
			 
		 
		 
		