Ameaça e perseguição: Paes mira nos entregadores e comerciantes para atingir gigantes do delivery

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Num movimento que promete acirrar os ânimos nas ruas do Rio, o prefeito Eduardo Paes — ou como é conhecido nas quebradas, Dudu Malvadeza — decidiu enfrentar os gigantes do delivery mirando nos mais frágeis: os entregadores autônomos e os pequenos comerciantes que dependem das plataformas para sobreviver.

Nova ofensiva da Prefeitura

Sob o pretexto de reduzir acidentes de trânsito, Paes lançou um pacote de medidas que obriga os entregadores a apresentarem certidão negativa criminal e veículos licenciados. As plataformas, por sua vez, terão que monitorar e denunciar seus próprios trabalhadores por infrações como excesso de velocidade e circulação em áreas proibidas.

Mas a tentativa louvável de ordenamento urbano esconde uma estratégia perversa: pressionar os pequenos para dobrar os grandes. “Se Uber, Rappi e iFood não nos procurarem, não assinarem o termo com os mesmos compromissos da 99, nós vamos atazanar a vida dos entregadores que trabalham para eles. Vamos atazanar a vida dos restaurantes que trabalham para eles”, ameaçou o prefeito em tom nada institucional.

Autônomos na mira, plataformas blindadas

A medida, anunciada no mês passado, prevê blitzes e outars ações de fiscalização. Ela é vista como tendenciosa por coletivos de entregadores, que denunciam a tentativa de empurrá-los para vínculos com empresas que já lucram com sua precarização. “Os autônomos serão marginalizados e perseguidos. Quem ganha com isso? Certamente não é o trabalhador”, afirma o Coletivo Carioca, que já enviou ofício à prefeitura — sem resposta até agora.

Mais recentemente o prefeito anunciou que o iFood também assinou o acordo com a prefeitura. “Nenhum entregador foi consultado! Nenhuma voz da rua foi ouvida!”, denunciam nas redes grupos de entregadores.

Fiscalização ou perseguição?

O prefeito não esconde o tom de retaliação: “Não vou ficar esperando decisão judicial. A gente sabe que eles conseguem liminar facinho. A gente vai perturbar a vida deles e de quem trabalhar para eles. Seja restaurante, seja entregador”, declarou Paes.

A categoria teme que a medida seja mais uma ação autoritária, como foi o caso do Jaé, sistema de bilhetagem que deixou milhares de usuários que não são do Rio e utilizava o RioCard com créditos bloqueados e sem voz. “Empurrou goela abaixo”, lembram os trabalhadores.

Mobilização nas ruas

Com a aproximação das eleições de 2026, quando Paes pretende disputar o governo do estado, os entregadores prometem reagir. “Ano que vem ele quer ser governador. Se a gente ficar calado agora, ele vai acabar com a nossa categoria de vez!”, alerta uma das postagens que convoca manifestação em frente à prefeitura.

Enquanto isso, o prefeito segue sua tradição: forte com os fracos, fraco com os fortes. Camelôs, ambulantes, moradores de comunidades e agora os entregadores — todos já sentiram o peso da caneta de Dudu Malvadeza. Mas os gigantes do delivery, esses seguem intocados. Pelo menos por enquanto.



Com informações da fonte
https://coisasdapolitica.com/cidades/10/11/2025/ameaca-e-perseguicao-paes-mira-nos-entregadores-e-comerciantes-para-atingir-gigantes-do-delivery

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