Alguém consegue carregar? Stonehenge treina equipe após roubo milionário no Louvre, mesmo com pedras de até 25 toneladas

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Stonehenge, na Inglaterra — Foto: Eduardo Maia / O Globo


A pergunta pode parecer exagerada, mas ganhou tom de urgência: como proteger um monumento cujas peças chegam a pesar 25 toneladas? A dúvida surgiu depois que voluntários de Stonehenge foram orientados a reforçar a vigilância, em meio ao impacto do roubo de joias avaliadas em mais de R$ 540 milhões no Museu do Louvre, em Paris.

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A English Heritage, responsável por mais de 400 monumentos, anunciou que seus colaboradores serão submetidos a treinamentos de “reconhecimento hostil”. A medida, segundo a instituição, busca orientar equipes sobre sinais de comportamento suspeito, uma resposta direta ao furto dos tesouros napoleônicos, ocorrido no mês passado, quando uma quadrilha usou uma escada retrátil instalada em um caminhão-plataforma para acessar a galeria do museu.

Voluntários questionam utilidade do treinamento

O anúncio, porém, não passou sem estranhamento. Em Stonehenge, um dos destinos mais emblemáticos do Reino Unido, voluntários lembraram que até mesmo as pedras internas, as chamadas “pedras azuis”, pesam ao menos duas toneladas — e que imaginar alguém fugindo com um menir às costas beira o absurdo. Ao jornal The Sun, um deles ironizou: “Não tenho certeza de como uma quadrilha, por maior que seja, conseguiria levar um menir embora”.

Além da dificuldade física, há a percepção de que muitos sítios sob guarda da instituição — inclusive castelos antigos desprovidos de objetos valiosos — não despertam interesse de criminosos organizados. “Pedir que voluntários se preparem para enfrentar uma quadrilha parece um pouco demais”, afirmou o mesmo colaborador.

A English Heritage declarou que o objetivo não é criar pânico, mas reforçar um protocolo que já existe nos locais com acervos relevantes. “O incidente no Louvre — assim como, tenho certeza, em muitas outras instituições — lembrou nossas equipes da importância de permanecer atentas”, informou a entidade em comunicado divulgado nesta quarta-feira (4).

A preocupação faz eco às medidas adotadas na França, onde o roubo provocou uma revisão nacional das estratégias de segurança em museus e espaços históricos. O temor é que o crime inspire novas ações semelhantes, ampliando a vulnerabilidade de patrimônios culturais, independentemente de seu porte ou valor material.

Stonehenge é um monumento pré-histórico localizado no sul da Inglaterra, formado por um círculo de pedras erguidas entre o final do Neolítico e o início da Idade do Bronze. Embora sua função siga um mistério, teorias apontam que o local pode ter servido como espaço ritualístico, cemitério e até observatório astronômico, devido ao alinhamento preciso com os solstícios de verão e inverno. É reconhecido como Patrimônio Mundial da UNESCO e considerado um dos principais sítios arqueológicos do planeta, símbolo da engenhosidade e da organização das antigas sociedades britânicas.



Com informações da fonte
https://oglobo.globo.com/cultura/noticia/2025/11/07/alguem-consegue-carregar-stonehenge-treina-equipe-apos-roubo-milionario-no-louvre-mesmo-com-pedras-de-ate-25-toneladas.ghtml

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