Acabou o segredo! O Agente Secreto, longa de Kleber Mendonça Filho selecionado para representar o Brasil no Oscar, chegou ao Rio de Janeiro, temporariamente, pelo menos.
Na terça (7), a exibição de gala do filme no Festival do Rio reuniu o protagonista Wagner Moura à parte do elenco e à produtora Emilie Lesclaux, parceira de trabalho e de vida do diretor pernambucano, no icônico Cinema Odeon, na Cinelândia.
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Em entrevista ao G1, Moura falou da recepção que o filme tem recebido globalmente, além da conquista raríssima de duas vitórias na competição oficial de Cannes, com Melhor Ator e Melhor Diretor.
“O filme tem muita chance de ser indicado, acho que à Melhor Filme Estrangeiro a chance é muito grande, mas eu acho muito cedo para falarmos disso porque tem toda uma temporada de premiação que precede o Oscar”, disse o intérprete ao portal.
“O Agente Secreto, o que eu acho, é que ele reúne tudo que você vê de bom nos outros filmes. Aparece tudo reunido. Ele consegue fazer com que todas as referências que ele tem pareçam muito nordestinas e brasileiras”, analisou Moura.
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Agora promovendo um longa, o artista relembrou da juventude, quando acompanhava o festival como expectador
“Eu era um cara que vinha aqui assistir, comprava cinco ingressos de filmes do Festival do Rio e passava o dia vendo o filme. Então o festival me ajudou a me formar”, comentou.
Apesar de se conhecerem há alguns anos, de festivais de cinema, como o de Cannes e o do Rio, este é o primeiro trabalho de Kleber e Wagner juntos.
“Ele sabe filmar, tem referência pra caramba. Você vê que ele gosta muito do cinema americano dos anos 70. Ele sabe criar um clima que eu nunca vi ninguém fazer. Um clima de suspense e de familiaridade na cena que poucos cineastas fazem como Kleber”, disse o ator.
Uma das atuações mais lembradas pela crítica internacional e nacional nos textos sobre o filme, além de, claro, o próprio Wagner, foi a participação da atriz Tânia Maria, que encarna a Dona Sebastiana, aliada do personagem de Moura e outros refugiados durante o período da Ditadura Militar.
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“Dona Tânia não tem comparação com ninguém. É uma loucura essa mulher. Ela é que merece ganhar um Oscar! As primeiras cenas que eu faço com ela são as primeiras que eu filmei. Você vai ver que eu estou admirando ela, besta com ela. Eu sou louco por ela”, disse encantado ao G1.
Além de Wagner Moura, a sessão também contou com a participação de artistas como Alice Carvalho e Gabriel Leone. A atriz, destaque em novelas como Renascer e Guerreiros do Sol, é, desde a estreia, um dos principais motores de discussões sobre filme nas redes sociais. Junto da equipe, ela tem rodado o Brasil — e o mundo — para divulgar a palavra pessoalmente.
“Apresentar para o público brasileiro é muito especial. Eles entendem e respeitam o filme com a profundidade que nenhum outro público alcança. A subjetividade do povo brasileiro consegue revelar pra gente outras camadas do filme que são muito únicas”, comentou Alice.
Já Leone, da série Senna e do filme Ferrari, falou sobre como foi sair dos autódromos para interpretar um matador.
“A gente está falando da ditadura e o Bob (personagem dele) representa esse lado podre da ditadura. Mas ao mesmo tempo, isso não é de uma forma explícita. Ele é um cara misterioso, um cara que tem um passado que você não sabe de onde vem e isso para um ator é sempre um prato cheio. Poder trabalhar no silêncio, o filme é uma mistura desses gêneros: policial, suspense, investigação. Então pra mim foi incrível”, analisou Leone.
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“O Kleber tem um talento raro de construir personagens coadjuvantes, que orbitam o personagem central. Um personagem com muita personalidade, importante para o filme. Um personagem muito grande”, completou.
Ao G1, Emilie Lesclaux revelou que o sucesso do filme no exterior foi inesperado, além de destacar o quanto Kleber gosta do festival, mas infelizmente a presença não foi possível por conta da agenda lotada.
“É uma emoção sempre mostrar um filme aqui no Odeon. Estou muito feliz de estar aqui. Pena que o Kleber não pôde vir. Ele ama o Rio de Janeiro, ele ama essa sala e ama o Festival”, declarou a produtora.
A obra chega oficialmente ao circuito comercial no dia 6 de novembro. A expectativa é alta e a rodagem por festivais também, que inclui Telluride, Toronto, Veneza, Cannes, Nova Iorque e Londres.
O filme tem recebido reações calorosas das plateias e textos positivos dos críticos ao redor do mundo. Resta saber se a distribuidora estadunidense do longa, a Neon, vai ser capaz de capturar os votantes e trazer mais uma estatueta para o Brasil.
Com informações da fonte
https://vejario.abril.com.br/programe-se/wagner-moura-chance-no-oscar/