Um vídeo de um policial militar permitindo que um menino segure seu fuzil no Complexo do Chapadão, em Costa Barros, na Zona Norte do Rio, nesta sexta-feira (03), divide opiniões nas redes sociais. As imagens mostram o agente do Batalhão de Operações Especiais (Bope) sentado numa calçada, quando, sem soltar a arma, ele coloca a peça nas mãos da criança e deixa que ela olhe pela luneta. Enquanto uns acreditam que a atitude pode inspirar a criança a “seguir o caminho do bem”, outros temem que a ação pode estimular um comportamento violento no pequeno.
- ‘Estamos apavorados’: igrejas e lojas fecham as portas após se recusarem a pagar ‘taxa de segurança’ no Andaraí
- Após ameaças: igrejas reabrem no Andaraí; policiamento é reforçado
Após a repercussão do vídeo, a família da criança se pronunciou nas redes sociais, criticando a ação do militar.
“Isso aconteceu num momento em que minha comadre abriu o portão, e a criança saiu. Muita gente está se perguntando ‘cadê os pais?’, e eu e o pai estávamos trabalhando. Trabalhamos na mesma empresa. A criança não estava jogada. Estava com minha comadre”, explicou a madrasta, ao lado do pai e de um advogado.
Nas redes sociais, os comentários se dividem entre ironia, revolta e preocupação.
“Espero que ele cresça, lembre desse dia, se torne um policial e ajude a combater a criminalidade”, disse um internauta.
“Quando os traficantes mostram está tudo bem, né?”, comparou outro.
“Deveria estar mostrando um livro”, pontuou uma mulher.
“Graças a Deus não aconteceu algo pior com essa criança por estar no lugar errado na hora errada naquele momento”, observou outra.
A Polícia Militar informa que, de acordo com o comando do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), um procedimento apuratório foi instaurado para averiguar as circunstâncias do fato.
Segundo o comando do Bope, nesta sexta-feira, durante uma operação realizada no Complexo do Chapadão, uma criança aproximou-se de um policial militar e demonstrou curiosidade em conhecer a mira holográfica do armamento por ele portado. A corporação afirma que “em nenhum momento houve risco, uma vez que o armamento encontrava-se devidamente travado e sob total controle do policial”. De maneira breve, acrescenta, “o militar apresentou o equipamento e explicou o funcionamento da mira, que projeta um ponto luminoso”.
