A Polícia Militar do Rio ultrapassou, nesta quarta-feira, a marca de 784 fuzis apreendidos ao longo de 2025, estabelecendo um novo recorde na retirada de armamentos de guerra de circulação no estado. O número, segundo a corporação, supera o resultado de 2024, quando os agentes apreenderam 642 fuzis, um crescimento de cerca de 22%. A maior apreensão do ano ocorreu durante a megaoperação do dia 28 de outubro no Complexo do Alemão e Penha, na Zona Norte.
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A operação que deixou 122 mortos — sendo cinco policiais — apreendeu 94 fuzis. Segundo a Secretaria de Estado de Polícia Militar (Sepm), as apreensões no Rio estão concentradas, em sua maioria, em áreas marcadas por disputas territoriais entre facções criminosas rivais, como o Complexo do Chapadão, Vila Kennedy, Jacarepaguá e Campinho. Regiões da Zona Norte da capital e municípios da Região Metropolitana também aparecem com destaque nos registros.
As ações mais recentes ocorreram no início desta semana, quando unidades operacionais retiraram mais de 17 armas de uso restrito das mãos de criminosos durante operações de combate ao crime organizado em comunidades da Zona Norte do Rio e em cidades como Niterói e São Gonçalo.
O balanço consolidado de 2025 também evidencia picos expressivos ao longo do ano. O mês de outubro registrou um marco histórico, com 196 fuzis apreendidos em apenas 31 dias, o que representa um aumento de 201,5% em relação a períodos anteriores. A média foi de seis armas de guerra retiradas de circulação por dia.
— As apreensões de fuzis ao longo deste ano de 2025 representam um marco histórico no enfrentamento ao crime organizado. O resultado é fruto do planejamento estratégico, do trabalho de inteligência e da atuação integrada das unidades especializadas da Polícia Militar, que seguem firmes na missão de reduzir a circulação de armas de guerra e proteger a população — destacou o secretário de Estado de Polícia Militar, Coronel Marcelo de Menezes Nogueira.
90% das armas fabricadas no exterior
De acordo com a Subsecretaria de Inteligência (SSI), setor responsável por contabilizar diariamente as apreensões realizadas pelas unidades da Polícia Militar em todo o estado, grande parte dos fuzis apreendidos em 2025 foi montada em fábricas clandestinas ligadas ao crime organizado. Até o ano passado, mais de 90% dos armamentos desse tipo retirados das ruas eram fabricados no exterior.
Levantamentos da PM indicam ainda que muitos dos fuzis entram no país ou no estado de forma fragmentada, separados em peças, sendo posteriormente montados por armeiros ligados às organizações criminosas. Segundo a força de segurança, “o tráfico internacional de armas segue apontado como um dos principais desafios da segurança pública fluminense”.
Ainda assim, as maiores apreensões continuam ocorrendo em áreas onde há intensa “disputa territorial”, como os complexos do Chapadão e da Pedreira, além do Morro do Juramento, em Vicente de Carvalho.
Entre as unidades operacionais, o 41º BPM (Irajá) lidera o ranking de apreensões em 2025, com 127 fuzis retirados de circulação. Na sequência aparece o Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), responsável por 112 apreensões em ações realizadas em diferentes regiões do estado, muitas delas em áreas conflagradas que exigem atuação especializada.
Outros batalhões também aparecem entre os que mais apreenderam armas de guerra ao longo do ano: o 15º BPM (Duque de Caxias), com 68 fuzis; o 9º BPM (Rocha Miranda), com 62; o 21º BPM (São João de Meriti), com 58; além do Batalhão de Polícia de Choque e do 7º BPM (São Gonçalo), ambos com 35 apreensões cada.
