Pessoas notificadas terão três dias para comparecer à delegacia e comprovar a legalidade do celular ou fazer a devoluçãoTânia Rêgo/Agência Brasil
As pessoas notificadas terão três dias para comparecer à delegacia e comprovar a legalidade do aparelho ou fazer a devolução voluntariamente. Caso não atendam à intimação, poderão responder por crime de receptação, dependendo da situação.
Segundo o coordenador do SP Mobile, delegado Rodolfo Latif Sebba, o sistema está avançando e sendo constantemente aprimorado.
“O objetivo é desarticular organizações criminosas de receptação de celulares. O objetivo é entender como o esquema funciona e o avanço do comércio irregular de celulares, além de contribuir com a queda dos índices criminais de roubos e furtos dos aparelhos”, disse.
O SP Mobile foi implantado em junho deste ano e emite as notificações mensalmente. Além das notificações, os agentes também fazem buscas a partir de mandados judiciais e fiscalizações em estabelecimentos comerciais. Segundo o governo estadual, mais de 11 mil aparelhos foram recuperados por meio de comparecimentos, buscas e ações das Polícias Civil e Militar contra estabelecimentos e pontos de receptação, venda e comercialização de celulares produtos de crime.
A Secretaria de Segurança Pública registrou a entrega espontânea de aparelhos por pessoas que não receberam notificação.
“As pessoas estão mais atentas à procedência dos celulares que adquirem, preocupadas com a idoneidade do aparelho e confiando mais no trabalho das forças de segurança. Mesmo sem serem notificadas, procuraram a polícia por desconfiarem da origem do aparelho, o que contribui muito com as investigações”, afirmou Sebba.
Quadrilha desarticulada
Na operação também foram recolhidos oito capacetes, seis relógios, um veículo de luxo, uma arma de fogo falsa, anéis, colares e uma bolsa térmica utilizada para esconder os celulares e impedir o rastreamento. As investigações apontaram que a quadrilha movimentava cerca de 20 a 30 celulares por dia no esquema criminoso.
Onze pessoas foram conduzidas ao Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) para prestar depoimentos. Elas passarão a ser investigadas por envolvimento no crime. O grupo era investigado há cerca de três meses pela 2ª Delegacia da Divisão de Investigações sobre Crimes contra o Patrimônio (Disccpat).
Na primeira fase da operação, em setembro, dois homens foram presos em uma central de receptação de celulares roubados, na Barra Funda, na zona oeste da capital.
“Os alvos das operações agiam como uma organização criminosa, com estrutura hierarquizada e funções bem definidas entre eles. Havia os responsáveis por roubar os aparelhos, os que revendiam ao comércio clandestino, inclusive para o exterior, e os que facilitavam o trâmite entre o roubo e a venda”, disse a SSP, em nota.
