A polícia da Alemanha deflagrou uma megaoperação nesta quarta-feira (1º) após múltiplas explosões, relatos de tiros e o achado de uma carta que mencionava diretamente a Oktoberfest, em Munique. O documento, encontrado no local de um incêndio seguido de explosão em um prédio residencial no último sábado (28), é tratado como prova-chave na investigação e ampliou o clima de apreensão na capital da Baviera, às vésperas da abertura diária do festival, marcada para as 11h.
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Equipes antibombas e forças especiais cercaram áreas do norte da cidade, incluindo a região da Lerchenauer, onde um prédio foi incendiado e um ônibus ficou completamente carbonizado. O corpo de um homem foi encontrado próximo ao Lago Lerchenauer com ferimentos de bala. Segundo as autoridades, ele teria provocado o incêndio na casa dos pais antes de tirar a própria vida. O homem carregava uma mochila suspeita, possivelmente com explosivos, o que aumentou as medidas de segurança. Outra pessoa ligada ao caso segue desaparecida, mas não é considerada uma ameaça imediata.
O recinto da Oktoberfest, no Theresienwiese, foi fechado por determinação do prefeito Dieter Reiter e só deve reabrir após as 17h, quando as varreduras de segurança forem concluídas. O evento, que reúne até 6 milhões de visitantes anualmente, está sob forte vigilância policial. A área ao redor da Lerchenauer permanece isolada, e uma escola próxima foi fechada preventivamente.
Além da carta, uma postagem em redes sociais atribuída à Antifa — grupo extremista de esquerda — chamou atenção das autoridades. O texto, publicado sob o título “Antifa significa ataque”, está sendo analisado como possível reivindicação do episódio. Apesar disso, investigações preliminares ainda não descartam que a explosão inicial tenha sido motivada por um conflito familiar, sem ligação direta com o grupo.
A Oktoberfest já viveu um episódio trágico em 1980, quando um atentado terrorista de extrema direita matou 13 pessoas e deixou mais de 200 feridos. O histórico de violência aumenta a pressão sobre as autoridades, que agora tratam o caso com máxima cautela para evitar qualquer ameaça ao maior festival de cerveja do mundo.