Entre os 117 criminosos mortos na Operação Contenção, que atingiu o coração do Comando Vermelho (CV) nos complexos do Alemão e da Penha, ao menos seis integrantes da facção oriundos de Goiás foram identificados. Todos estavam foragidos, tinham vínculos diretos com o CV no Centro-Oeste e respondiam por crimes graves, como homicídios, tráfico e porte de armas de guerra.
A confirmação foi feita pela Superintendência de Inteligência Integrada da Secretaria de Segurança Pública de Goiás (SSP-GO), após cruzamento de dados com a Polícia Científica do Rio de Janeiro.
As ligações com o CV em Goiás
De acordo com a SSP-GO, o grupo morto no Rio integrava a estrutura do Comando Vermelho em diversas cidades goianas. Entre eles estavam chefes locais da facção, responsáveis por abastecer o tráfico na região e ordenar crimes violentos.
Conheça quem eram os seis mortos:
• Marcos Vinicius da Silva Lima (Rodinha/Brancão): chefe do CV em Itaberaí. Tinha 11 antecedentes, incluindo tentativas de homicídio, roubos armados, tráfico e adulteração de veículos.
• Eder Alves de Souza (Disquete): atuava em Aparecida de Goiânia. Acumulava 12 registros criminais como corrupção ativa, tráfico e receptação. Estava foragido desde o início de 2025.
• Adan Pablo Alves de Oliveira (Madruga): líder do grupo “Bonde do Madruga”, em Trindade. 10 antecedentes por tráfico, homicídio e corrupção de menores.
• Fernando Henrique dos Santos (Fernandinho/Periquito): considerado peça de confiança do CV em Goiás. Tinha 15 processos, entre eles homicídios, extorsão, roubos e porte de fuzil. Rompia tornozeleira com frequência.
• Cleiton Cesar Dias Mello (Cleitinho): ligado ao CV em Goiânia.Tem nove registros, incluindo homicídio qualificado. Fugiu do monitoramento eletrônico em 2022.
• Vanderley Silva Borges (Deley/Cabeção): atuava em Anápolis. Também homicida, com 9 antecedentes, entre eles tortura e organização criminosa.
Uma rota de fuga e de guerra
A morte dos seis goianos confirma um fenômeno apontado pelas autoridades do Rio: traficantes de todo o país migram para as comunidades dominadas pelo CV como forma de escapar da Justiça e ascender na hierarquia criminosa.
Na Penha e no Alemão, eles recebem treinamento em táticas de guerrilha, lidam com fuzis importados e integram a linha de frente da facção.
Goiás mantém prontidão máxima
A SSP-GO informou que tropas de elite do BOPE e do GT3 estão em pronto-emprego para eventual apoio às forças estaduais do Rio de Janeiro, caso seja necessário um novo ciclo de operações contra fugitivos ligados ao CV.
Além disso, Goiás segue monitorando possíveis remanescentes da facção que possam tentar retornar ao estado após a ofensiva policial no Rio.
