A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, disse à coluna que o governo federal não quer entrar em disputa com a gestão do Rio de Janeiro sobre a megaoperação realizada nesta terça-feira (28) contra o Comando Vermelho (CV) nos complexos do Alemão e da Penha, na zona norte da cidade. A ministra relatou que recebeu uma ligação do governador fluminense, Cláudio Castro, para esclarecer que não teve intenção de fazer críticas a Lula nem ao governo federal por não ter particiapado da ação.
— Não queremos fazer disso uma disputa com o governador. Queremos ajudar. O governo quer combater o crime organizado e tem feito operações nesse sentido. Queremos colocar o que temos de melhor, que é a capacidade de inteligência. Daí a importância da PEC da Segurança Pública — disse a ministra à coluna.
Gleisi afirmou que, nesta tarde, ela e outros ministros terão uma reunião com representantes do Ministério da Justiça e da Polícia Federal para debater a operação no Rio. Ela dise que, para o governo federal ter entrado na megaoperação realizada hoje, seria necessário ter atuado desde o momento do planejamento da ação.
— Teremos uma conversa com o Ministério da Justiça e a PF para entender por onde passou essa operação, porque ninguém foi avisado, pelo que eu saiba — disse Gleisi.
A ministra afirmou que o governador do Rio, Cláudio Castro, ligou para esclarecer suas falas em uma coletiva de imprensa sobre a ação policial, afirmando que não teve a intenção de criticar Lula ou o governo federal.
— Ele ligou e disse que queria esclarecer que não tinha feito uma crítica ao governo federal ou ao presidente Lula por não termos atuado nessa operação. Castro disse que o governo federal não atuou porque ele próprio não pediu apoio para essa operação. Disse também que não teria feito o pedido porque, das outras vezes, o governo alegou que, para colaborar, era necessário uma Garantia da Lei e da Ordem (GLO), e que o presidente Lula seria contra. De fato, o que ele queria nas outras operações eram equipamentos das Forças Armadas, o que só é possível por meio de uma GLO — afirmou a ministra.
Na coletiva de imprensa desta tarde, Catro afirmou que a “política” do Governo Federal é de “não ceder” (blindados das Forças Armadas).
— Falaram que tem que ter uma GLO (Garantia de Lei e Ordem). Depois, (disseram) que poderiam emprestar e voltaram atrás, porque o servidor que opera o blindado é federal e deveria ter a GLO, enquanto o presidente já falou que é contra a GLO. A gente não vai ficar chorando pelos cantos, vamos ficar trabalhando — disse o governador.
