IBGE: desemprego é menor entre idosos, aponta pesquisa

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Em 2024, uma em cada quatro pessoas com 60 anos ou mais estava ocupada no Brasil, ou seja, 24,4% dos idosos, o maior patamar da série histórica. Os dados fazem parte da Síntese de Indicadores Sociais, divulgada pelo IBGE nesta quarta-feira (dia 3), apontando ainda que o desemprego entre eles é consideravelmente mais baixo do que o da população em geral: apenas 2,9%, ante 6,6% da média nacional.
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A taxa composta de subutilização também foi menor, de 13,2%, enquanto no total da população chegou a 16,2%.
Entre principais causas para a maior inserção de idosos no mercado de trabalho, o documento cita mudanças demográficas, maior expectativa de vida, transformações nos arranjos familiares, informalidade elevada, além das regras mais rígidas de aposentadoria implementadas após a Reforma da Previdência, em 2019.
Mais de 34 milhões de idosos
O Brasil tinha 34,1 milhões de idosos em 2024, um crescimento de 53,3% desde 2012. Eles já representam 19,7% da população em idade de trabalhar, com predominância feminina: 55,9% são mulheres.
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O rendimento dos trabalhadores mais velhos também se destaca. Entre as pessoas com 60 anos ou mais, o ganho médio ficou em R$ 3.108, valor 14,6% superior ao da média geral.
Mesmo assim, há desigualdades internas importantes. Homens idosos receberam R$ 4.071, enquanto as mulheres ficaram em R$ 2.718, uma diferença de 33,2%. No recorte por cor ou raça, trabalhadores brancos dessa faixa etária ganharam R$ 4.687, quase o dobro do rendimento de idosos pretos ou pardos, que foi de R$ 2.403.
No rendimento por hora trabalhada, a vantagem dos mais velhos também se mantém: R$ 25,60, quase o dobro do valor recebido pelo grupo de 14 a 29 anos (R$ 13,30).
Os brasileiros de 30 a 49 anos (R$ 20,70/h) e de 50 a 59 anos (R$ 21,30/h) também ficaram acima da média nacional, mas ainda atrás do grupo de 60+. O resultado indica que quem permanece ativo após os 60 tende a ocupar posições de maior remuneração ou carregar experiências que elevam o valor da hora trabalhada.
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Nessa comparação também há as diferenças de gênero e raça. Homens com 60 anos ou mais ganharam, em média, R$ 28,10 por hora — 30,3% a mais do que mulheres da mesma faixa etária. O contraste por cor ou raça é ainda mais acentuado: idosos brancos receberam R$ 33,10 por hora, um rendimento 85,6% superior ao de pessoas idosas pretas ou pardas.
Maioria é autônomo
A inserção das pessoas com 60 anos ou mais no mercado de trabalho brasileiro segue um padrão diferente do observado entre a população geral. Em 2024, os trabalhadores idosos estiveram mais presentes em ocupações por conta própria, que oferecem maior flexibilidade, mas também tendem a estar mais associadas à informalidade.
Quase metade dos idosos ocupados (43,3%) trabalhava como autônoma, proporção superior à registrada entre o conjunto da população a partir de 14 anos, onde o trabalho por conta própria respondia por 25,2%.
Já as formas de emprego assalariado tinham peso menor entre os mais velhos: apenas 17% estavam em postos com carteira assinada, enquanto a maioria dos demais trabalhadores estava nessa categoria, alcançando 40,7%. O emprego sem carteira também foi menos frequente entre os idosos (11,3%), ante 14,1% no total da força de trabalho.
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No conjunto, trabalho autônomo, empregado formal e empregado informal somaram 71,6% das ocupações das pessoas idosas em 2024. As demais posições completam esse quadro: militares e servidores estatutários representavam 10,4%; empregadores, 7,8%; trabalhadores familiares auxiliares, 2,0%; domésticos com carteira, 1,7%; e domésticos sem carteira, 6,5%.
Os números indicam que, ao contrário do padrão mais comum entre trabalhadores mais jovens, concentrados em empregos formais, os idosos permanecem vinculados a formas mais flexíveis de ocupação.



Com informações da fonte
https://extra.globo.com/economia/noticia/2025/12/ibge-desemprego-e-menor-entre-idosos-aponta-pesquisa.ghtml

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