Facções impõem terror: até cachorros são jurados de morte nas comunidades

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Em territórios onde o tráfico dita as regras, até os cachorros se tornam vítimas da violência imposta por facções criminosas. Latir demais, atrapalhar o movimento ou simplesmente estar no lugar errado: qualquer motivo pode ser suficiente para que traficantes decidam executar animais a tiros e facadas.

Diante de tamanha barbárie, não surpreende que grande parte da população apoie as megaoperações policiais e defenda o endurecimento do combate ao tráfico e ao crime organizado. As vítimas vão de pitbulls a vira-latas caramelo — todos alvos da brutalidade que impera em áreas como o Complexo do Alemão, na Zona Norte do Rio.

No último sábado (8), Bob, um pitbull que havia fugido de casa, foi encontrado agonizando em um valão no Alemão, com um facão cravado nas costas e marcas de tiros pelo corpo. O resgate foi feito pela Secretaria Municipal de Proteção e Defesa dos Animais, mas o cão não resistiu e morreu no domingo (9). Outro cachorro, envolvido na mesma briga, também foi baleado e morreu no local.

O episódio ocorreu poucos dias após uma megaoperação policial que deixou mais de 100 criminosos mortos na mesma comunidade. A ação, que visava capturar lideranças do Comando Vermelho, transformou a região em um campo de batalha, onde até os animais se tornaram vítimas colaterais, diante da reação de bandidos armados até os dentes com artefatos de guerra. Durante a operação, outro cão, Scooby, foi ferido e precisou de atendimento veterinário, recebendo alta na última quinta-feira.

Segundo o secretário Luiz Ramos Filho, desde setembro já foram registrados 11 casos de animais baleados na cidade. “É cada vez mais comum atendermos animais jurados de morte ou vítimas de balas perdidas. Por isso criamos um protocolo em que cada um destes casos é registrado e comunicado às autoridades policiais, para que se investigue. Maltratar animais é crime e dá entre dois e cinco anos de prisão”, afirmou.

A nova diretriz da Secretaria de Proteção e Defesa dos Animais determina que todos os casos de pacientes baleados sejam contabilizados, registrados e encaminhados à polícia. A medida busca responsabilizar os autores e dar visibilidade à violência que ultrapassa os limites humanos e atinge até os inocentes de quatro patas.

Em comunidades onde a lei é imposta pelo fuzil, a brutalidade cotidiana — que atinge até os animais — reforça o clamor por ações enérgicas. Para muitos moradores, a presença da polícia representa a única esperança de romper o ciclo de medo e violência que sufoca as comunidades.



Com informações da fonte
https://coisasdapolitica.com/cidades/10/11/2025/faccoes-impoem-terror-ate-cachorros-sao-jurados-de-morte-nas-comunidades

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