A crescente onda de violência nos estados do Nordeste, governados há décadas pelo PT, acendeu o alerta no Palácio do Planalto. Com o sucesso e a popularidade da megaoperação policial no Rio de Janeiro — que resultou em mais de 100 criminosos mortos — o governo Lula teme perder terreno no debate da segurança pública às vésperas das eleições de 2026.
Nordeste em chamas: facções avançam e letalidade explode
Bahia e Ceará concentram os maiores focos de preocupação. A Bahia, governada pelo PT desde 2007, lidera o ranking nacional de letalidade policial desde 2022. O estado também é palco de uma guerra silenciosa entre facções como o Comando Vermelho (CV) e o Primeiro Comando da Capital (PCC), que migraram do Sudeste e passaram a dominar territórios no interior nordestino.
No Ceará, apesar de uma letalidade policial abaixo da média, a taxa de mortes violentas é a terceira maior do país. O governador Elmano de Freitas (PT) tem adotado um discurso mais duro, afirmando que “em confronto entre policial e bandido, que morra o bandido” — em contraste com a retórica do presidente Lula, que já declarou que “bandido é vítima do usuário”.
Em resposta à pressão popular, o governo federal tem buscado, sem sucesso, criar “vitrines” de segurança nos estados aliados, porque esbarra na no aumento da letalidade policial, foi criticada por Lula como “matança”.
Legislação frouxa e impunidade alimentam reincidência
Especialistas apontam que a legislação penal brasileira, considerada ultrapassada, contribui para a impunidade e reincidência. A oposição tenta avançar no Congresso com propostas de endurecimento penal, como a PEC da Segurança, que prevê mais recursos e autonomia para ações repressivas. A esquerda, no entanto, resiste, alinhada a pautas de desencarceramento e críticas ao que chamam de “Estado penal”.
Disputa de narrativas
A segurança pública se tornou o novo campo de batalha entre PT e oposição. Enquanto a direita capitaliza o clamor popular por ações duras, o governo Lula tenta equilibrar repressão com discurso de direitos humanos. Bahia e Ceará são exemplos do fracasso da estratégia petist. A disputa promete ser central na corrida presidencial de 2026.
