Ameaças de Trump à Rússia fazem o preço do petróleo subir

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Os preços do petróleo tiveram forte alta hoje, impulsionados pelas repetidas ameaças do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de endurecer as sanções contra a Rússia por não pôr fim a mais de três anos de guerra na Ucrânia.

O barril de petróleo do tipo Brent (referência para a Petrobras) para entrega em setembro subiu 3,53%, a 72,51 dólares. Seu equivalente americano, o West Texas Intermediate, para entrega no mesmo mês, avançou 3,75%, a 69,21 dólares.

O petróleo prolongou sua alta iniciada na segunda-feira depois que Trump encurtou o prazo para que o presidente russo, Vladimir Putin, encerre sua guerra na Ucrânia para 7 ou 9 de agosto, caso contrário aplicará medidas punitivas.

Após dar um ultimato de 50 dias a Putin, Trump disse nesta terça-feira que considera tomar medidas indiretas contra o comércio russo. O republicano falou em impor tarifas de 100% às importações de países que compram produtos da Rússia, especialmente hidrocarbonetos, para atingir sua economia.

— Se Trump ameaça agora sancionar um país, este poderia estar mais inclinado a reduzir ao menos suas compras de petróleo russo — comenta Andy Lipow, da Lipow Oil Associates.

As ameaças dos Estados Unidos somam-se “às sanções da União Europeia contra não apenas as compras de petróleo bruto russo, mas também os produtos refinados derivados do petróleo russo”, destacou o analista, ao apontar que “isso tem um impacto nas refinarias da China, Índia e Turquia”.

No anúncio de um acordo com a União Europeia, no domingo, o bloco se comprometeu com a redução do que ainda compra em combustíveis e gás da Rússia.

A China tem importado uma média de 1,99 milhão de barris por dia de petróleo bruto russo, e a Índia, aproximadamente 1,75 milhão de barris por dia desde o início do ano, segundo especialistas do ING.

Os analistas, no entanto, expressaram dúvidas sobre a aplicação dessas sanções do modo como estão formuladas.

Essas medidas “provocariam um aumento significativo no preço do petróleo bruto, que repercute no consumidor na forma de um aumento do preço da gasolina, uma situação política que Donald Trump não deseja que ocorra”, explicou Lipow.



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