Enquanto a maioria dos deputados se organizava para retirar imóveis polêmicos da lista de leilão do governo, 36 novas propriedades foram incluídas no projeto de lei que autoriza o estado a vender parte do seu patrimônio. O novo relatório, que traz endereços como a Aldeia Maracanã e apartamentos da Uerj, foi apresentado nesta quarta-feira (22) na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj).
Na reunião, os parlamentares aprovaram o parecer da CCJ com um substitutivo, que já traz as novas inclusões e exclusões da lista do leilão. A partir desse texto, os deputados poderão apresentar emendas durante a votação em plenário, propondo a retirada ou inclusão de outros endereços após as vistorias. Essas alterações podem ser aceitas ou rejeitadas em votação.
Novos imóveis incluem apartamentos de luxo e ocupações populares
A nova lista de bens públicos que podem ser vendidos pelo estado mistura imóveis de alto padrão e espaços de uso social. Entre os endereços luxuosos de propriedade da Uerj, há um apartamento com vista para o mar, na avenida Atlântica, em Copacabana, além de unidades em áreas valorizadas como a rua Barão da Torre, em Ipanema, a avenida Nossa Senhora de Copacabana e a rua Senador Vergueiro, no Flamengo. Na Tijuca, foram incluídos apartamentos próximos ao Maracanã.
Além dos endereços de alto valor imobiliário, o presidente da CCJ, deputado Rodrigo Amorim (União), também incluiu na lista do leilão imóveis com função social reconhecida, como a Aldeia Maracanã e espaços estudantis vinculados à Uerj.
“Eu fiz alusão à inclusão, especialmente, de dois imóveis, e o primeiro deles é a Aldeia Maracanã, que eu considero uma excrescência com o dinheiro público porque é uma área de 14 mil metros quadrados no coração da cidade do Rio de Janeiro, ao lado do maior equipamento esportivo do mundo, que é absolutamente subutilizada por meia dúzia de indivíduos que se apresentam como índios”, justificou Amorim.
Imóveis polêmicos saem da lista de leilão do Estado
O grupo de trabalho da Alerj, criado na última reunião da CCJ para revisar a lista de imóveis, confirmou a destinação pública de parte dos endereços e decidiu retirar esses bens da proposta de leilão. Entre eles estão o Estádio Caio Martins, em Niterói, o Batalhão do Leblon, a sede do Grupo Tortura Nunca Mais, em Botafogo, a sede do Grupo Arco-Íris, a Casa Almerinda Gama, a Escola de Música Villa-Lobos, a Casa Nem, e a Ocupação Tiradentes, todos no Centro.
Confira os demais imóveis retirados da lista para leilão:
- Estrada Francisco da Cruz Nunes, 228 – Itaipu, Niterói (Ciep Cantagalo)
- Praça da República, 24 – Centro (Faferj)
- Rua Azeredo Coutinho, 24 a 36 – Centro
- Rua Carlos Peixoto, 54 – Botafogo (Escolinha de Arte do Brasil)
- Rua da Constituição, 23/25 – Centro
- Rua Professor Heitor Carrilho, 83 – Centro, Niterói (Iaserj)
- Travessa Mosqueira, 4, 6 e 10 – Lapa
- Travessa Mosqueira, 10 – Lapa