Gleisi critica bolsonaristas por uso de bandeira dos EUA em ato de 7 de Setembro

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A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, criticou neste domingo apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro que exibiram bandeiras dos Estados Unidos durante manifestações em defesa de anistia ao ex-mandatário.
— Essa é a nossa diferença com os bolsonaristas: batemos continência para a bandeira brasileira. Exaltamos a bandeira do Brasil, do povo brasileiro — escreveu a ministra em publicação nas redes sociais.
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As críticas ocorreram no mesmo dia em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou do desfile de 7 de Setembro em Brasília, marcado pela ênfase na soberania nacional. Neste ano, a Esplanada dos Ministérios foi decorada com o slogan “Brasil Soberano”, e o governo buscou reforçar a imagem de independência diante do tarifaço imposto pelo governo dos Estados Unidos.
Bolsonaristas levam para Avenida Paulista bandeira gigante dos EUA e cartazes em inglês agradecendo Trump
Edilson Dantas
Enquanto Lula exaltava a soberania nacional em palanque ao lado de ministros e aliados, a oposição bolsonarista foi às ruas pressionar pela aprovação de um projeto de lei de anistia que pode beneficiar Bolsonaro e outros investigados pelos atos de 8 de janeiro de 2023. Segundo monitoramento do Cebrap, a manifestação na Avenida Paulista reuniu cerca de 42,2 mil pessoas, enquanto em Copacabana, no Rio, outro ato bolsonarista mobilizou aproximadamente 42 mil participantes.
Já os atos convocados pela esquerda, em São Paulo e no Rio, reuniram aproximadamente 8,8 mil e 4 mil pessoas, respectivamente. Nessas mobilizações, lideranças políticas e sindicais ressaltaram a necessidade de barrar a anistia e reforçaram o alinhamento com a narrativa do governo sobre a defesa do Brasil frente a pressões externas.
Lindbergh Farias critica Tarcísio de Freitas
O deputado Lindbergh Farias (PT) criticou neste domingo a postura do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), durante atos bolsonaristas na Avenida Paulista. Segundo Farias, o discurso do governador representou “um ataque frontal ao Supremo Tribunal Federal (STF)” e uma tentativa de pressionar o tribunal no julgamento de Jair Bolsonaro e demais envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.
— Tarcísio não age como governador, mas como advogado de Bolsonaro. Quem ataca ministros e defende anistia para conspiradores não luta por liberdade: legitima o crime, sabota a Justiça e abre caminho para novos atentados contra a democracia — escreveu o deputado em suas redes sociais.
Durante ato na Avenida Paulista, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, defendeu a concessão de anistia a Jair Bolsonaro e criticou o que chamou de “tirania” do ministro Alexandre de Moraes, do STF. Enquanto o governador falava, manifestantes passaram a gritar “fora, Moraes”.
— Por que vocês estão gritando isso? Talvez porque ninguém aguente mais. Ninguém aguenta mais a tirania de um ministro como Moraes. Ninguém aguenta mais o que está acontecendo nesse país — respondeu Tarcísio.
O governador questionou a validade das provas apresentadas contra Bolsonaro e aliados no processo sobre os atos de 8 de janeiro de 2023 e chamou de “mentirosa” a delação de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro que colaborou com as investigações.
— Tentam criar uma narrativa de que o 8 de janeiro foi uma tentativa de golpe de Estado. Todos os advogados disseram que não conseguiram fazer a defesa. Será que isso nos dá um julgamento justo? Não existe documento, não existe ordem. Como vou condenar uma pessoa sem nenhuma prova? Se a gente está aqui hoje defendendo a anistia, essa anistia tem que ser ampla — afirmou.



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