A Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) analisa um projeto de lei que pode transformar a forma como o estado lida com desaparecimentos de idosos com Alzheimer e outras demências. A proposta, de autoria do deputado Rosenverg Reis (MDB), cria o Sistema Estadual de Alerta Prata, uma rede de comunicação emergencial que utiliza celulares para mobilizar a população em casos de desaparecimento.
O deputado citou o desaparecimento do professor aposentado da UFRJ, Antonio Petraglia, de 70 anos, diagnosticado com Alzheimer, como motivação para a proposta. Petraglia desapareceu em 12 de outubro, após sair para caminhar na Urca.
Até hoje, não foi localizado. “A dor da família me tocou profundamente. Precisamos agir”, declarou o parlamentar.
Se aprovado, o Alerta Prata poderá se tornar uma ferramenta poderosa para salvar vidas e oferecer respostas mais rápidas em momentos de angústia.
Alerta imediato via celular
Após sumiço em trilha, Rio pode ter alerta por celular para localizar idosos. Além disso, o alerta poderá ser amplamente divulgado em painéis eletrônicos, redes sociais institucionais, portais oficiais e veículos de comunicação — sempre com autorização da família ou responsável legal.
As mensagens devem conter foto recente, descrição física, roupas usadas, data, hora e local do desaparecimento, além de canais para envio de informações. “É uma forma de mobilizar a sociedade e abreviar o sofrimento das famílias”, afirma o deputado Rosenverg Reis.
Rede integrada de apoio
O sistema será operado em conjunto com órgãos de segurança pública, defesa civil e assistência social, podendo contar com o apoio de operadoras de telefonia e entidades privadas. A iniciativa busca acelerar buscas e ampliar a rede de solidariedade em torno de casos que, muitas vezes, se arrastam por dias ou semanas.
Demência em números crescentes
Segundo o Ministério da Saúde, cerca de 8,5% da população idosa brasileira convive com algum tipo de demência. A projeção é que até 2050, mais de 5,7 milhões de pessoas sejam diagnosticadas com a condição. O Censo de 2022 aponta que o Brasil tem hoje 31,2 milhões de idosos — um salto de quase 40% em uma década.

