PSD de Paes avisa: se ganhar a eleição, vai transferir a sede da administração estadual para o prédio da Central do Brasil

Tempo de leitura: 5 min


Ao saber que o icônico, porém decadente Edifício D. Pedro II, antiga sede da Central do Brasil, está praticamente vazio, o PSD do prefeito Eduardo Paes anunciou a intenção de levar para lá a sede da administração estadual — hoje estabelecida no Palácio Guanabara, em Laranjeiras.

Se o PSD tiver candidato próprio ao governo do estado, no ano que vem — seja Paes ou não — a decisão estará no plano de governo. Se o prefeito do Rio desistir da disputa, qualquer outro candidato só terá o apoio do partido se firmar o compromisso com a ideia.

As principais secretarias também poderiam ser transferidas

A mudança da administração estadual para o coração do Centro do Rio teria como consequência imediata uma renovação na desassistida região em torno da maior estação de trens do Brasil, de onde partem os ramais da Supervia. Além do gabinete do governador, poderiam ser transferidas para o prédio da Central do Brasil as principais secretarias. Descentralizados, alguns órgãos da administração estadual estão instalados em prédios privados, pagando (às vezes altos valores de) aluguel.

Com o fluxo de servidores públicos, a região obrigatoriamente teria mais atenção dos órgãos de segurança e de ordem pública. O comércio (em especial, bares e restaurantes) da região também sairiam ganhando.

E ainda teria a carga simbólica. A sede das decisões do estado deixaria de ser um palácio símbolo da nobreza desde que virou a residência oficial da Princesa Isabel e seu marido, o Conde d’Eu — e estaria instalada no maior corredor de transporte dos trabalhadores fluminenses.

Saída da Seap deixou o prédio praticamente deserto

Há dois meses, a Secretaria estadual de Administração Penitenciária (Seap)  deixou o prédio e levou todos os seus setores e departamentos para cinco andares de um endereço novinho em folha na Avenida Presidente Vargas. A Seap passou 20 anos instalada na antiga sede da Central do Brasil — e, desde 2019, era responsável pelas despesas de manutenção do imóvel. Ainda ficaram à deriva por lá alguns poucos órgãos da administração estadual, mas a grande maioria dos andares agora está vazia.

No último dia 3, o governador Cláudio Castro (PL) publicou decreto no Diário Oficial, delegando à subsecretaria de Gestão Administrativa e Patrimonial da Casa Civil a administração, a manutenção e a guarda do Edifício D. Pedro II, “exclusivamente enquanto estiver desocupado e sem destinação definida”. Caberá ao órgão responsável pelo patrimônio imobiliário do estado decidir o que fazer com o elefante branco que virou o prédio da Central do Brasil e seu onipresente relógio, agora praticamente um imóvel fantasma — que nenhuma secretaria estadual quer, nem interessa à iniciativa privada.

Enquanto a Seap estava lá, só o contrato de manutenção anual saía por R$ 5 milhões. Mas, para tornar o espaço minimamente usável, seria preciso muito mais. O retrofit dos elevadores — que viviam parados — foi orçado em R$ 3,3 milhões. A restauração das fachadas sairia por R$ 3,9 milhões; a impermeabilização, por outros R$ 3,4 milhões.

E o pior: para adequar o velho edifício ao novo Código de Segurança contra Incêndio e Pânico (Coscip), editado em 2022, a estimativa é de que seriam necessários investimentos na ordem de R$ 20 milhões.

Antiga sede da Central do Brasil, foi o edifício mais alto da América Latina na época da inauguração

O Edifício D. Pedro II, antiga sede da Central do Brasil, é um imóvel icônico em estilo art déco, com uma torre de 134 metros e 28 pavimentos, e famoso por seu grande relógio de quatro faces. Inaugurado em 1943, chegou a ser considerado o edifício mais alto da América do Sul em sua época.

Ainda hoje, a torre impressiona no cenário, com seus 134 metros de altura. O grande relógio no topo ocupa quatro andares — e só os ponteiros pesam cerca de 270 quilos cada.

O edifício atual foi construído para substituir a estação original da Estrada de Ferro Dom Pedro II, demolida na década de 1930. O conjunto arquitetônico ainda abriga a mais importante estação de trens (a Central do Brasil) de onde partem os ramais da Supervia.



Com informações da fonte
https://temporealrj.com/psd-de-paes-avisa-se-ganhar-a-eleicao-vai-transferir-a-sede-da-administracao-estadual-para-o-predio-da-central-do-brasil/

Compartilhe este artigo
Nenhum comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *