Para enfrentar o desafio de aumentar a doação de órgãos, foi lançado, quinta-feira (2), um programa inédito para qualificar o diálogo com familiares e fortalecer o acompanhamento das doações nos hospitais. Os profissionais de saúde que trabalham nos bastidores da doação de órgãos receberão incentivo financeiro ao identificar possíveis doadores.
De acordo com o Ministério da Saúde, no primeiro semestre de 2025, o Rio realizou 807 transplantes de órgãos e tecidos, sendo 10 de coração, 148 de fígado, 4 de pâncreas, 4 de pulmões, 295 de rim, 293 de córnea e 53 de medula óssea. No entanto, mais de 80 mil pessoas aguardam por um transplante no Brasil, sendo 7,9 mil no Rio e 45% das famílias ainda recusam a doação.
Pela primeira vez, esses profissionais terão incentivos financeiros conforme o volume do atendimento e indicadores de desempenho, incluindo o aumento das doações. O Programa Nacional de Qualidade na Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (Prodot) busca reconhecer e valorizar as equipes que atuam dentro dos hospitais, responsáveis pela identificação de potenciais doadores, logística do processo e a conversa com os familiares.
A iniciativa integra um conjunto de medidas que somam investimento de R$ 20 milhões por ano para fortalecer o Sistema Nacional de Transplantes. A maior parte, R$ 13 milhões para a inclusão de novos procedimentos, como transplantes de membrana amniótica, para casos graves de queimadura, e o transplante multivisceral, para falência intestinal. Os outros R$ 7,4 milhões são para o Prodot, cujo objetivo é aumentar o percentual de doação das famílias no país.
Um doador de órgãos pode salvar a vida de até quatro pessoas
Segundo o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, a principal mensagem que queremos passar às famílias é a segurança e a seriedade do Sistema Nacional de Transplantes.
“Quando um profissional de saúde aborda uma família, ele carrega esse reconhecimento e atua dentro de um sistema sólido e seguro. Ao mesmo tempo, reforçamos a importância de o doador manifestar à família o desejo de doar. Esse gesto, mesmo em um momento de dor, pode salvar a vida de três ou quatro pessoas e manter viva a memória do ente querido. Por isso, estamos investindo também na formação e orientação dos profissionais, para que saibam acolher e apoiar as famílias nesse processo tão delicado”, ressaltou Padilha.