Assassinato de Jerominho aconteceu em Campo Grande, na Zona OesteDivulgação
De acordo com a denúncia do Ministério Público do Rio (MPRJ), o mandante da execução teria sido Zinho, após ele descobrir que Jerominho queria voltar a controlar a milícia “Liga da Justiça”. A motivação seria a disputa pela liderança do grupo, que atua na Zona Oeste e em municípios da Baixada.
Segundo decisão da 1ª Vara Criminal da Capital, há provas suficientes para levar os acusados a júri popular. “A qualificadora de motivação torpe, articulada na denúncia, encontra fundamento no acervo probatório dos autos, na medida em que documentos colacionados e os depoimentos das testemunhas em juízo indicam que os crimes foram cometidos em razão de disputas pelo controle das atividades ilícitas exploradas pela milícia privada que domina a região da Zona Oeste desta cidade”, diz o texto.
A Justiça ainda manteve as prisões preventivas dos acusados. Apenas Naval segue foragido. Além disso, Zinho teve o pedido negado de deixar o presídio de segurança máxima em Brasília e retornar para o Rio.
Relembre
Jerominho e Maurício foram baleados em agosto de 2022, na Estrada Guando Sapé, em Campo Grande, na Zona Oeste do Rio. O ex-vereador morreu logo depois dos disparos. Já seu cunhado ficou um mês internado no Hospital Municipal Rocha Faria antes de falecer.
Na ocasião, imagens capturadas por câmeras de segurança flagraram o momento do ataque. Três homens encapuzados e armados desceram do carro segundos após o Jerominho deixar o veículo em que estava. O grupo fez pelo menos dez disparos e fugiu. A ação durou pouco mais de dez segundos.
Veja o vídeo:
Vídeo mostra momento do ataque a tiros de fuzil que matou o ex-vereador Jerominho em Campo Grande, Zona Oeste do Rio. #ODia
Crédito: Divulgação pic.twitter.com/MX8lNELhyh
— Jornal O Dia (@jornalodia) August 4, 2022
Jerominho era vereador do Rio pelo PMDB quando foi indiciado pela CPI das Milícias, um marco contra o crime organizado. Ele é apontado como um dos fundadores, junto com o seu irmão Natalino, da “Liga da Justiça” e ficou preso por 11 anos em penitenciárias federais, mas foi absolvido e solto em outubro de 2018. Na década de 70, Jerônimo e Natalino atuaram como policiais civis.
Milicianos acusados
Zinho assumiu a liderança da milícia que atua em Campo Grande, Santa Cruz e Paciência, na Zona Oeste, em 2021, dois meses depois da morte de Wellington da Silva Braga, o Ecko, seu irmão e antigo líder do bando.
Antes de se tornar líder, ele integrou a organização ao ficar encarregado da contabilidade do grupo, ficando ligado a atividades de lavagem de dinheiro. Na liderança, o miliciano comandou ações que pararam a Zona Oeste. Em apenas um dia, a cidade do Rio teve 35 veículos queimados. Tudo ocorreu após a morte de seu sobrinho, Matheus da Silva Rezende, o Faustão.
2025-08-22 13:38:00