Antes e depois do piloto da Core, Felipe Marques MonteiroReprodução/Redes sociais
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O disparo, que entrou pela testa, fez o comandante perder 40% do crânio e o obrigou a usar uma prótese craniana. Ele também ficou com o lado esquerdo do corpo comprometido e perdeu parte da coordenação muscular da fala.
Fotos e vídeos compartilhados diariamente pela esposa, Keidna Marques, mostram a evolução de Felipe, que segue internado no Hospital São Lucas, em Copacabana. Nesta segunda-feira (3), ela publicou uma sequência de vídeos agradecendo o apoio das pessoas que acompanham a recuperação dele pelas redes sociais. O perfil do piloto já reúne mais de 361 mil seguidores.
“A história dele precisa ser reinventada, ser contada, e provavelmente ele não volte a pilotar. Como fica a história dele? A minha vida e a de toda a nossa família foram modificadas desde o dia 20 de março”, refletiu Keidna.
No sábado (1º), ela compartilhou outro momento emocionante na trajetória do marido. Felipe conseguiu realizar novos movimentos com as mãos. No vídeo, é possível vê-lo levantar os braços e retirar um travesseiro apoiado na cabeça.
“Surpreendentemente, o Felipe vem entregando novos movimentos. Diz que isso não é um milagre. Observação: o óculos não é dele, é de um amigo. Ele puxou, colocou em si mesmo e não deixou tirar por um bom tempo. Cada dia, ele nos surpreende com uma ação diferente. Obrigada, Deus, por tudo”, escreveu Keidna. Veja as imagens:
Relembre o caso
Felipe atuava como comandante da aeronave do Serviço Aeropolicial da Coordenadoria de Recursos Especiais (SAR-CORE) da Polícia Civil quando foi baleado durante uma operação nas comunidades Vila Aliança e Vila Kennedy, na Zona Oeste do Rio, em 20 de março deste ano.
Mesmo ferido, ele conseguiu manter o controle do helicóptero e realizar um pouso de emergência com o colega que também estava a bordo. Socorrido em estado gravíssimo, Felipe foi levado inicialmente ao Hospital Municipal Miguel Couto, na Zona Sul, e depois transferido para o Hospital São Lucas.
“Nossa guerra ainda é longa”, desabafa mulher
“Meu amor, esses últimos dias têm me trazido sentimentos profundos… dor, empatia e uma imensa reflexão sobre o valor da vida. Ver famílias sendo dilaceradas, pais, mulheres e filhos chorando por policiais que partiram, parte o coração. Você, que também foi atingido na cabeça, mas segue aqui, travando uma batalha diária pela vida, me mostra o verdadeiro sentido da palavra ‘guerreiro’. Nossa guerra ainda é longa, já são 224 dias no CTI. Nosso caminho é cheio de desafios, mas eu te prometo: jamais estará sozinho.”

			
			
			