Pete Hegseth disse que quatro ocupantes da lancha morreram no ataqueSergei Gapon / AFP
“Seguindo as ordens do presidente Trump, dirigi um ataque (…) letal contra uma embarcação narcotraficante afiliada a organizações designadas como terroristas”, explicou o secretário de Guerra, que acompanhou sua mensagem com um vídeo.
Earlier this morning, on President Trump’s orders, I directed a lethal, kinetic strike on a narco-trafficking vessel affiliated with Designated Terrorist Organizations in the USSOUTHCOM area of responsibility. Four male narco-terrorists aboard the vessel were killed in the… pic.twitter.com/QpNPljFcGn
— Secretary of War Pete Hegseth (@SecWar) October 3, 2025
“Quatro homens narcoterroristas a bordo da embarcação morreram no ataque”, acrescentou na mensagem.
No vídeo, vê-se uma lancha navegando a toda velocidade em alto-mar, e em seguida o impacto que a destrói totalmente.
“O ataque ocorreu em águas internacionais, bem em frente à costa da Venezuela, enquanto a embarcação transportava quantidades substanciais de narcóticos com destino aos Estados Unidos para envenenar o nosso povo”, apontou o comunicado.
Esses ataques provocaram a mobilização militar e de milícias pró-governamentais na Venezuela e as denúncias de outros países na região.
O Congresso americano realizou uma audiência a portas fechadas sobre o assunto, devido a questionamentos relacionados à legalidade desses ataques em águas internacionais contra alvos que, inicialmente, não representam uma ameaça direta às forças americanas destacadas na região.
“Nossos serviços de inteligência, sem dúvida, confirmaram que esta embarcação estava traficando narcóticos”, garantiu o secretário de Guerra, segundo a nova definição do Departamento de Defesa.
“Esses ataques continuarão até que cessem as agressões contra o povo americano!”, afirmou Hegseth.
Diante dos questionamentos jurídicos, o Pentágono apresentou na quinta-feira, 2, uma carta a senadores na qual Trump afirma que os Estados Unidos estão imersos em um “conflito armado não declarado” contra grupos do narcotráfico que têm força letal.
A Constituição dos Estados Unidos estabelece que apenas o Congresso tem a capacidade de declarar guerra, e essa declaração oficial pode ter como objetivo, para a administração Trump, justificar legalmente as operações realizadas no Caribe.
Os cartéis envolvidos no narcotráfico tornaram-se, ao longo das últimas décadas, “mais armados, mais bem organizados e violentos”, e “causam direta e ilegalmente a morte de dezenas de milhares de cidadãos americanos todos os anos”, avalia o Pentágono na carta.
Washington tem acusado o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, e seu governo de liderar uma vasta organização de tráfico de drogas para os Estados Unidos.
A tensão aumentou na quinta-feira, quando Caracas afirmou que vários caças americanos realizaram uma “incursão ilegal” em uma zona aérea sob seu controle.
Maduro afirmou que tem pronto um decreto para declarar estado de comoção exterior, uma medida excepcional para conflitos armados que amplia seus poderes. A medida nunca foi adotada antes e poderia levar à suspensão de certas garantias constitucionais.
Esta semana, Trump afirmou que o suposto tráfico de drogas em alto-mar era quase inexistente após os ataques anteriores.
“Vamos vigiar muito seriamente os cartéis que trazem [a droga] por terra”, afirmou.