O vereador Fernando Armelau (PL) denunciou, nesta quinta-feira (22), as condições que classificou como “desumanas e insalubres” encontradas durante uma visita de fiscalização a uma unidade da Comlurb, no Rio de Janeiro. A inspeção revelou banheiros em estado deplorável, riscos estruturais e possível desperdício de recursos públicos, levando o parlamentar a anunciar que irá protocolar um requerimento de informações à Prefeitura.
Estrutura precária e falta de higiene
Durante a vistoria, Armelau encontrou vasos sanitários entupidos, descargas quebradas, ausência de lixeiras e restos de comida nos vestiários. “A cadeia é muito mais limpa. Tem jornal no chão para secar os pés porque não há pano. O cheiro é insuportável. Me deu ânsia de vômito”, relatou o vereador, que também é policial penal e publicou o registro da visita em suas redes sociais.
Falta d’água e risco de desabamento
A caixa d’água da unidade está vazia devido ao risco de desabamento da laje, o que impede que os funcionários tomem banho com regularidade. Segundo Armelau, o abastecimento só ocorre quando há fornecimento direto da rua. “É desumano. Se não houver intervenção, a situação vai continuar a mesma”, afirmou.
Estrutura antiga e sem reformas
O prédio onde funciona a unidade foi inaugurado em 1928, conforme mostra a placa fixada no local. O vereador ironizou o abandono da estrutura: “Parece que a única obra feita foi quando construíram”. Ele defende que o espaço seja interditado por falta de condições mínimas de uso.
Equipamentos ociosos e suspeita de desperdício
Armelau também apontou que uma máquina de grande porte permanece parada no pátio, embora o serviço seja pago como ativo. “Ela deveria funcionar 24 horas. São 14h50 e está parada. A Prefeitura paga R$ 1,5 mil por dia, R$ 45 mil por mês. E ela está aqui, sem uso”, disse o parlamentar.
Alto orçamento, baixa manutenção
Apesar de a Comlurb dispor de R$ 3,6 milhões destinados à manutenção e de um orçamento global superior a R$ 3 bilhões, o vereador afirma que a situação revela abandono e falta de conservação. “Onde está a aplicação desses recursos?”, questionou.
PDV e temor de sucateamento
A denúncia ocorre em meio ao Programa de Demissão Voluntária (PDV) anunciado pela Comlurb neste mês, que pode atingir até 5 mil servidores. A medida reforça preocupações sobre possível sucateamento da companhia e risco de privatização, segundo representantes da categoria.