Um dos maiores traficantes de animais silvestres do Brasil, que vendia pássaros de até R$80 mil, é preso na Bahia

Tempo de leitura: 4 min
Espécies da ave cardeal-do-nordeste resgatadas na operação — Foto: Divulgação / MPBA


Um homem apontado como um dos maiores traficantes de animais silvestres do Brasil foi preso nesta sexta (5), na Bahia. Ele foi alvo da ‘Operação Fauna Protegida’, do Ministério Público da Bahia (MPBA). Segundo as investigações, a rede ilegal vendia milhares de bichos, principalmente aves, incluindo espécies como estevão, canário, chorão, papa-capim e trinca ferro. Há registros de venda de passarinhos de até R$ 80 mil.

  • 🔔 Fique por dentro: Siga o canal de WhatsApp O GLOBO | Política
  • 📧 Assine: Veja o cardápio de newsletters e assine “O GLOBO Urgente”

De acordo com a investigação, a organização criminosa tinha quatro núcleos operacionais: caça ilegal e armazenamento em áreas rurais da Bahia; transporte dos animais em condições severas; núcleo financeiro, que fazia a lavagem do dinheiro; e os receptadores, a maioria em Salvador (BA).

A ‘Operação Fauna Protegida’ prendeu um dos maiores traficantes de animais, na Bahia — Foto: Divulgação / MPBA

A “‘Operação Fauna Protegida” cumpriu mandados em Salvador e em Mascote, extremo sul do estado. O homem apontado como líder da organização é investigado pela prática sistemática de crimes de tráfico de animais silvestres, maus-tratos, receptação qualificada e lavagem de dinheiro. Ele possuía diversas passagens na Polícia por crimes contra a fauna nos últimos 20 anos, e já chegou a ser flagrado com 1.575 pássaros e centenas de jabutis. Pela primeira vez, porém, ele foi preso por crimes de associação criminosa e lavagem de dinheiro.

Um dos principais fornecedores de animais da organização também foi preso preventivamente. Ainda foram cumpridos quatro mandados de busca e apreensão. Em um dos locais, foram encontradas dezenas de galos em situação de maus-tratos, criados para competições ilegais de rinhas.

— A operação é uma resposta contundente do estado para promover a proteção da nossa fauna, tão importante para a manutenção de um meio ambiente saudável. Agora, as investigações seguem para complementação das provas e a realização da denúncia criminal por crimes de tráfico e maus-tratos de animais, lavagem de dinheiro e associação criminosa — disse a promotora de Justiça de Meio Ambiente Aline Salvador.

A operação na Bahia está alinhada aos objetivos do ‘Libertas’, projeto desenvolvido pela Associação Brasileira dos Membros do Ministério Público de Meio Ambiente (Abrampa), que trabalha no combate aos crimes contra a fauna silvestre no Brasil.

— Isso é feito a partir da análise de estatísticas, de estratégias e de instrumentos jurídicos para o fortalecimento da persecução e do marco legal para combater o tráfico. O projeto contribuiu com a capacitação de agentes públicos, desenvolvimento de manuais de combate ao tráfico silvestre e articulação entre Ministérios Públicos para compartilhar informações sobre crimes que tenham conexão com mais de um estado — explicou o promotor do Mato Grosso do Sul Luciano Loubet, presidente da Abrampa.

A operação foi realizada em conjunto pela Promotorias Regional Ambiental de Ilhéus e Itabuna e pelo Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas e Investigações Criminais (Gaeco), com apoio do Centro de Apoio Operacional de Defesa do Meio Ambiente (Ceama) do MPBA, da Associação Brasileira dos Membros do Ministério Público de Meio Ambiente (Abrampa); do Ministério Público de Alagoas (MPAL), por meio do Núcleo do Meio Ambiente; da Polícia Militar, por meio do Comando de Policiamento de Missões Especiais (CPME); do Batalhão de Polícia de Choque (BpChoque); e do Comando de Policiamento Especializado (CPE), através das Companhias Independente de Polícia de Proteção Ambiental (Cippa) e Polícia de Proteção Ambiental (Coppa) Porto Seguro e da 62ª Companhia Independente de Polícia Militar (62ª CIPM).



Conteúdo Original

2025-09-05 13:14:00

Compartilhe este artigo
Nenhum comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *