A Polícia Civil do Pará, em ação conjunta com as forças de segurança do Rio, prendeu nesta segunda-feira, Juliana Santos, conhecida como Ju Pará, em Belém. Segundo as investigações, ela tinha participação ativa no tráfico de drogas da Gardênia Azul, na Zona Sudoeste do Rio, e atuava diretamente como soldado da facção criminosa Comando Vermelho (CV).
Durante uma coletiva de imprensa, nesta segunda, o delegado Gustavo Focatti, da Polícia Civil do Pará, detalhou a atuação interestadual da criminosa. Segundo ele, Ju Pará retornou ao Pará há cerca de um mês e atuava como interlocutora do tráfico entre os estados, mantendo contato constante com líderes do CV no Rio de Janeiro. Ela já tinha passagem internacional por tráfico de drogas, atuando como mula na França, o que demonstra seu envolvimento de longa data com a facção.
— Hoje não é mais apenas aquele que é foragido da justiça que vem para se esconder. Temos diversos faccionados do Comando Vermelho que monitoramos continuamente, desenvolvendo investigações para impedir homicídios de agentes públicos, extorsões a comerciantes e transporte de armas e drogas. A Ju Pará estava nesse trânsito Rio-Pará, articulando essas ações — disse Focatti.
Conforme o delegado Moyses Santana, da Polícia Civil do Rio, Ju tinha “proximidade grande com as lideranças do tráfico na Gardênia Azul”:
— Ela portava fuzil e pistolas, e vinha ganhando espaço dentro da organização. Em suas redes sociais, ostentava armas e enaltecia a facção e seus líderes — disse o delegado Moyses.
Segundo as autoridades, a prisão de Juliana faz parte de uma estratégia de monitoramento interestadual do Comando Vermelho, que hoje mantém operações e articulações em diversos estados do Brasil.
A operação realizada nesta segunda-feira teve como alvo a expansão do Comando Vermelho (CV) na Cidade de Deus e na Gardênia Azul, áreas estratégicas em Jacarepaguá. Ao todo, foram expedidos 12 mandados de prisão e 18 de busca e apreensão, que resultaram na captura de 17 pessoas, entre elas Juliana Santos, a Ju Pará, presa em Belém.
Segundo as investigações, ela atuava como soldado do tráfico na Gardênia Azul e fazia a interlocução entre o CV do Rio e o tráfico do Pará. A ação também apreendeu um fuzil, seis pistolas, um revólver e drogas, além de retirar mais de 10 toneladas de barricadas que bloqueavam ruas e serviços públicos. O impacto foi sentido pela população, com 21 linhas de ônibus desviadas e 17 escolas e unidades de saúde fechadas temporariamente.
