TH Joias é destituído da Alerj após prisão por tráfico e perde imunidade parlamentar

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TH Joias assumiu cargo de deputado estadual em 2024 após a morte de Otoni de Paula Pai - Reprodução / Redes Sociais




TH Joias assumiu cargo de deputado estadual em 2024 após a morte de Otoni de Paula PaiReprodução / Redes Sociais

Rio – O governador Cláudio Castro (PL) determinou, na tarde desta quarta-feira (3), a substituição imediata do deputado estadual Thiego Raimundo dos Santos Silva (MDB), o TH Joias, na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). O parlamentar foi preso por tráfico de drogas e armas, câmbio ilegal de dólar para a liderança do Comando Vermelho (CV), contrabando e lavagem de dinheiro.

Para ocupar a vaga, Castro convocou Rafael Picciani, que será exonerado do cargo de secretário estadual de Esporte e Lazer. A decisão do governador evita a necessidade de abertura de processo de cassação contra TH Joias.

Com a saída, TH Joias perde o foro privilegiado e a imunidade parlamentar, que só permite prisão em flagrante ou em crimes inafiançáveis. Agora, ele seguirá os trâmites da Justiça comum e deve passar por audiência de custódia nesta quinta-feira (4).

O deputado preso havia assumido em junho de 2024, como 2º suplente, após a morte de Otoni de Paula Pai. O 1º suplente era Picciani, que à época recusou a vaga para permanecer no governo do estado. TH Joias também presidia a Comissão de Defesa Civil da Alerj.

“Por minha determinação, o deputado estadual Rafael Picciani está retomando seu mandato na Assembleia Legislativa. Ele substitui o deputado estadual TH Joias. O retorno de Rafael já estava previsto, mas, diante da operação realizada hoje, decidimos antecipar. O trabalho integrado deixa um recado muito claro: a lei vale para todos”, disse Castro em comunicado nas redes sociais.

Leia o comunicado:


Entenda a prisão

TH Joias foi preso na manhã desta quarta-feira (3), na Barra da Tijuca, Zona Oeste, em uma operação conjunta da Polícia Civil, Polícia Federal e do Ministério Público do Rio (MRPJ). De acordo com as investigações, o parlamentar usava seu mandato para favorecer o crime organizado, intermediando a compra e venda de drogas, fuzis e equipamentos antidrones destinado a comunidades controladas pelo Comando Vermelho (CV).
Segundo a Policia Civil, houve movimentações financeiras suspeitas envolvendo empresas ligadas a Thiego, com alertas sucessivos emitidos por instituições financeiras, reforçando a prática de lavagem de dinheiro. O secretário de Polícia Civil, delegado Felipe Curi, destacou a gravidade do caso.

“Estamos diante de uma investigação que comprova a infiltração direta do crime organizado dentro do parlamento fluminense. O deputado eleito para representar a sociedade colocou seu mandato a serviço da maior facção criminosa do Rio de Janeiro. A ‘Operação Bandeirante’ é mais uma demonstração de que não haverá blindagem política para criminosos: seja traficante armado na favela ou de terno na Assembleia, a resposta do Estado será a mesma”, disse.

O que diz a Alerj

Questionada, Alerj informou que tomou conhecimento nesta quarta da expedição de mandados de busca e apreensão em face do deputado, cumpridos em seu gabinete. A Casa informou que as diligências foram acompanhadas pela Procuradoria Legislativa, que prestou apoio às autoridades competentes.





Conteúdo Original

2025-09-03 15:07:00

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