Há meio século, em agosto de 1975, chegava às bancas a primeira edição da “Playboy” no Brasil. A publicação chegou por aqui causando controvérsia, tendo que trocar de nome por imposição do regime militar e batizada de “A revista do Homem”. Só em junho de 1978, o título original pôde ser usado. Na época, a marca “Playboy” já era famosa no mundo todo, fundada anos antes, em 1953, nos Estados Unidos.
Ao longo de sua história no Brasil — a última edição saiu em março de 2018 —, a “Playboy” revelou beldades, alavancou carreiras, vendeu milhões de exemplares (Joana Prado, a Feiticeira, detém o recorde) e despiu as mulheres mais famosas do país. Gerou debate, criou polêmicas e virou fenômeno cultural.
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A marca e seu famoso coelhinho símbolo desapareceram das bancas e das versões impressas, mas segue dando lucro ao redor do mundo, batizando clubes e perfumes. Talvez a “Playboy” como o Brasil conheceu durante décadas não tenha mais lugar nos dias de hoje, mas é uma história que não se apaga.
Adriane Galisteu no ensaio da “Playboy”
JR Duran/ divulgação
O EXTRA listou mitos e verdades que fazem parte dessa história:
Os altos cachês (Adriane Galisteu teria recebido mais de 1 milhão de reais) só passaram a existir a partir da segunda metade dos anos 1990, e não para todo mundo. A ex-paquita Andrea Veiga já contou que comprou uma linha telefônica quando posou em 1988. Solange Gomes, capa em 1996, usou o dinheiro para comprar um carro popular.
Mas nenhuma delas supera o (baixo) cachê de Marilyn Monroe, estrela da primeira edição americana. Isso porque as fotos usadas na edição de estreia da revista faziam parte de um calendário que a atriz fez antes da fama por apenas 50 dólares, algo em torno de R$ 270.
Marilyn Monroe na primeira Playboy americana, em dezembro de 1953
reprodução
Xuxa posou uma única vez para “Playboy” porque um dos ensaios que fez em Nova York, aos 18 anos, acabou sendo confiscado por Pelé, seu namorado na época. No livro “Histórias secretas”, sobre os bastidores da revista, o jornalista Ricardo Setti conta que o Rei do Futebol foi pessoalmente buscar as imagens na redação, no ano de 1985.
Xuxa na “Playboy” de 1982
reprodução
Um raro registro do ensaio “proibido” de Xuxa em Nova York
Luiz Tripolli/ Playboy
O mesmo aconteceu com Adriane Galisteu. O ensaio anunciado pela “Playboy”, que já estava pronto, nunca chegou a ser publicado. Ao saber da existência das fotos e já namorando Adriane Galisteu, Senna ofereceu 5 mil dólares para que a revista não publicasse as fotos. O valor seria o cachê recebido pela modelo.
Adriane Galisteu na foto inédita do ensaio nunca publicado a pedido de Ayrton Senna
Drausio Tuzzolo/ Playboy
Susana Vieira posou nua para a revista, mas não foi a estrela da capa. Seu ensaio é anunciado na edição de abril de 1985, quando ela fazia a novela das sete “Um sonho a mais”. São apenas cinco fotos, cheias de sombra, feitas por Luis Tripolli.
“Ainda quero chegar ao ponto de me soltar por completo no trabalho, na vida, no amor”, dizia ela, que já tinha aparecido nua na concorrente “Status”, quatro anos antes.
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Susana Vieira, com Z, na chamada da capa de 1985
reprodução
Não foi só Luciana Vendramini que posou para a revista antes de completar 18 anos. A atriz, que aparece na capa de paquita sem nunca ter sido, fez o ensaio quando tinha apenas 16. Nani Venâncio também posou antes de chegar à maioridade.
“Fiz as fotos quando eu tinha apenas 17 anos. A revista precisou esperar alguns meses até eu completar 18. A capa saiu em janeiro de 1989. A edição é famosa também porque foi a última sem Photoshop. Depois, começaram a editar as imagens”, disse a apresentadora, também conhecida por sua nudez na abertura da primeira versão de “Pantanal”.
Nani Venâncio na capa da “Playboy” em janeiro de 1989
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A primeira mocinha da TV brasileira foi também a primeira mulher a quebrar um tabu. Yoná Magalhães posou nua em fevereiro de 1986, num ensaio histórico, lembrado até hoje, sendo a primeira mulher a tirar a roupa para a revista aos 50 anos. Foi um estouro. Na época, a atriz estava no ar como Matilde, dona da boate Sexus, na novela “Roque Santeiro”.
Yoná Magalhães na capa da “Playboy” em fevereiro de 1986
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Nem Xuxa nem Luciana Vendramini. A edição mais cara é outra. Um exemplar com a cantora e atriz Cleo Pires na capa foi anunciada recentemente na web por impressionantes R$ 21 mil.
Dono do sebo, Lucas Hit explica o motivo da publicação ser tão valiosa: “Esse é o Santo Graal das revistas do Brasil. Foram impressos apenas 100 exemplares e distribuída para alguns eleitos. Essa revista não foi vendida, tem uma capa dura especial com logo dourada e é numerada. Não existe ‘Playboy’ mais rara que essa”.
Cleo Pires foi capa da “Playboy” em 2010
Jacques Dequeker/Playboy e reprodução
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Yoná Magalhães na “Playboy” de 1986
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Luciana Vendramini posou nua com uniforme de paquita em 1987
Instagram e Reprodução
Susana Vieira não foi capa, mas estrelou um ensaio na revista em abril de 1985
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Susana Vieira posou nua? Quem recebeu o menor cachê? Mitos e verdades sobre a história da 'Playboy'
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