O secretário estadual de Segurança, Victor Santos, acusou o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, de mentir em declaração sobre a invasão de oito criminosos no Hospital Pedro II, em Santa Cruz, na Zona Oeste, ocorrida na madrugada desta quinta-feira (18). A afirmação foi feita durante coletiva com Santos e os comandantes da Polícia Militar e da Polícia Civil.
Segundo Victor Santos, Soranz mentiu ao afirmar, em entrevista ao Bom Dia Rio, da TV Globo, que unidades de saúde tiveram o funcionamento suspenso 516 vezes neste ano por motivos de segurança, invasão ou risco. O secretário estadual afirmou que o número não corresponde à realidade e classificou a declaração como uma irresponsabilidade.
‘Não existe esse número de ocorrências’
“O secretário Soranz está mentindo. Ele é mentiroso. Isso não condiz com a verdade. Não existe esse número de ocorrências. Se apurarmos, há registro de cerca de 20% dessas situações. O secretário [Soranz] tem meu telefone, assim como o de todos os outros secretários, e não fez nenhuma ligação para pedir esse tipo de apoio. Por isso, consideramos essa declaração uma irresponsabilidade, porque esse tipo de informação gera insegurança na população”, disse Santos.
A invasão ocorreu por volta das 2h30 e causou pânico entre funcionários e pacientes. Os criminosos foram diretamente ao centro cirúrgico em busca de Lucas Alegado, de 31 anos, que havia sido vítima de uma emboscada na quarta-feira (17) e levado nove tiros. Ele não foi encontrado no local, pois estava internado em outra ala do hospital.
Declaração de Daniel Soranz
O secretário municipal de Saúde afirmou que a invasão afetou o atendimento da unidade e classificou a situação como “completamente absurda” e uma falta de respeito com pacientes e profissionais de saúde. O secretário também reiterou que casos como esse têm se tornado frequentes no município, mencionando o número de 516 ocorrências neste ano.
“É uma situação que acontece cada vez mais frequentemente. Este ano, tivemos que suspender o funcionamento de unidades 516 vezes por motivos de segurança, invasão ou risco. O número só tem aumentado nos últimos anos, e não há respeito em relação às unidades de saúde. A polícia vem perdendo território, e os prejuízos para as operações aumentam a cada dia”, disse Soranz.