Sangramento após a menopausa precisa de avaliação. Veja quando procurar ajuda e como o diagnóstico cedo aumenta as chances de cura
O câncer de endométrio é hoje um dos tumores ginecológicos mais frequentes, especialmente entre mulheres depois da menopausa. Estimativas do Globocan indicam que a incidência vem crescendo globalmente, impulsionada sobretudo pelo aumento da obesidade, do sedentarismo e do envelhecimento populacional. No Brasil, projeções recentes apontam para mais de 6,5 mil novos casos por ano, número que deve continuar subindo na próxima década. Apesar disso, trata-se de um tipo de câncer que, quando identificado precocemente, apresenta altas taxas de cura, um motivo a mais para reforçar a importância de reconhecer seus primeiros sinais.
Os sintomas que merecem atenção imediata
O sintoma mais comum é o sangramento uterino anormal, principalmente em mulheres que já passaram pela menopausa. Qualquer episódio de sangramento após esse período deve ser investigado. Muitas pacientes acreditam que seja apenas um “escape hormonal”, mas o fato é que a maioria das mulheres pós-menopausadas não deve apresentar nenhum sangramento. Esse é, portanto, o sinal de alerta mais importante. Além dele, também merecem atenção a dor pélvica persistente, corrimento sanguinolento ou com odor forte e sangramentos fora do padrão habitual em mulheres que ainda menstruam.
Entre os fatores de risco, o mais relevante é a obesidade. Estudos mostram que mulheres com sobrepeso ou obesidade têm risco até quatro vezes maior de desenvolver câncer de endométrio, já que a gordura corporal aumenta a produção periférica de estrogênio, hormônio que estimula o endométrio de forma contínua. Outros fatores incluem histórico familiar de câncer ginecológico, síndrome de Lynch, uso prolongado de terapia hormonal sem acompanhamento adequado, diabetes e hipertensão. A idade também exerce papel importante: cerca de 75% dos casos ocorrem após os 50 anos.
A boa notícia é que a investigação costuma ser simples. Uma avaliação ginecológica cuidadosa, combinada ao ultrassom transvaginal e, quando necessário, à biópsia do endométrio, geralmente é suficiente para confirmar ou descartar o diagnóstico. Quando descoberto no estágio inicial, o tratamento padrão, geralmente cirúrgico, apresenta excelentes resultados e permite rápida recuperação. Já nos casos avançados, podem ser indicados quimioterapia, radioterapia ou imunoterapia, recurso cada vez mais presente nos protocolos internacionais.
Outro ponto fundamental é a prevenção. Manter o peso adequado, praticar exercícios com regularidade, controlar diabetes e hipertensão e evitar terapias hormonais sem orientação médica são atitudes que reduzem consideravelmente o risco da doença. Para mulheres com fatores de risco importantes, consultas periódicas e uma atenção especial a qualquer sangramento inesperado são medidas essenciais.

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Cuidar da saúde ginecológica envolve conhecimento, atenção ao próprio corpo e busca precoce por avaliação médica diante de qualquer alteração. O câncer de endométrio tem altas chances de cura quando diagnosticado cedo. Por isso, informação e vigilância continuam sendo as melhores ferramentas para proteger a saúde das mulheres em todas as fases da vida.
Dra. Ana Horovitz – CRM/SP 111739 | RQE 130806
Ginecologista
Membro da Brazil Health

