Apresentador mais longevo do “Jornal Nacional”, William Bonner vai deixar o posto oficialmente no dia 3 de novembro. Mas a mudança, que pegou fãs de surpresa, não foi repentina. Já era um desejo antigo do jornalista, de 61 anos, que teve uma conversa clara com a direção da TV Globo. Mais do que ancorar a atração, ele também acumulava funções de gestão de equipe e editoriais, já que era editor-chefe.
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“Esse aniversário do JN não tem número redondo, lançamento de livro, série especial de reportagens. E, mesmo assim, foi o que consumiu mais tempo pra ser preparado. Foram cinco anos, desde a minha primeira conversa com a direção do jornalismo sobre o desejo de reduzir a carga horária e as responsabilidades exigidas pela chefia e pela apresentação do JN. Precisamos superar a fase crítica da pandemia, arquitetar sucessões e preparar sucessores até a data do anúncio das novidades. E, finalmente, podemos todos conversar sobre essas conquistas e movimentos sem reservas”, disse Bonner em comunicado oficial enviado pela emissora.
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Reprodução/TV Globo
A motivação foi pessoal. O jornalista queria ter mais tempo para a família e para desenvolver outras atividades. Num almoço para imprensa na tarde desta segunda-feira, dia 1º de setembro, ele também deixou claro que isso não significaria parar de trabalhar. “Não estou pronto para me aposentar”, frisou.
“Depois que avisei que gostaria de mudar, a Globo e eu não concordamos de imediato com esse calendário. Eu tinha uma urgência, mas nós entramos num acordo, porque era evidente que uma movimentação dessa natureza deveria ser feita com calma”, continuou Bonner, ao O GLOBO.
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No comunicado oficial, o ex-marido de Fátima Bernardes cita os filhos, assim como o desejo que tinha de ir para o “Globo repórter”, onde dividirá as funções com Sandra Annenberg.
“São 29 anos e quatro meses de ‘JN’. Exatos 26 anos como chefe da equipe de editores, comandando reuniões, avaliando pautas, planejando edições, apresentando as notícias a milhões. Nesse período, tornei-me pai, vi minhas crianças acharem que se tornaram adultos. Mudaram de endereço, até de país. Ser recebido pelo ‘Globo repórter’ me deixa honrado e gratíssimo. Todos os meus amigos me ouviram falar do sonho de integrar essa equipe quando pudesse deixar o ‘JN’. De todos os programas do jornalismo já existentes quando cheguei à Globo, é o único em que nunca atuei, nem interinamente, em 39 anos”.
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Diretor-geral de jornalismo da Globo, Ricardo Villela citou também no texto oficial, e em e-mail para toda redação nesta segunda-feira, que para mudanças como esta é preciso planejamento longo.
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“Na Globo, mudanças dessa magnitude são planejadas com um foco prioritário: nossa conexão com os brasileiros. Sabemos que o hábito de se informar pelos telejornais da Globo é uma escolha individual, tomada todos os dias, por nossos milhões de telespectadores. Essa escolha tem tudo a ver com confiança, numa relação conquistada pela dedicação de mais dos 4.500 jornalistas da Globo e afiliadas, e que encontra nos âncoras a interface final com o público. É nesta última etapa, quando os apresentadores levam as notícias aos brasileiros, que se materializa a conexão essencial entre o jornalismo da Globo e o país. Por tudo isso, mudanças na apresentação dos telejornais são tratadas com muita responsabilidade por aqui. É reconfortante olhar para o time da Globo e encontrar os profissionais com o talento, a experiência, o compromisso com os valores do jornalismo profissional e a história de diálogo com o público essenciais a esse papel fundamental”, disse.
César Tralli deixa o “Jornal hoje” para assumir o lugar de Bonner e ficar ao lado de Renata Vasconcellos. Do “Hora um”, Roberto Kovalick assume o “JH”. E Tiago Scheuer assume o primeiro jornal da grade.
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Saída de Bonner do 'Jornal Nacional' começou a se desenhar há cinco anos e tem 'motivação pessoal'
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