Considerado um dos líderes da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) e apontado como responsável pelo abastecimento do tráfico de drogas da Cracolândia, na região central de São Paulo, Leonardo Monteiro Moja, o Leo do Moinho, como é conhecido, está preso desde 2024. Mesmo em cárcere, conforme mostrou operação do Ministério Público e da Polícia realizada nesta segunda-feira, ele mantinha influência sobre a região central por meio de emissários e parentes, como sua irmã, Alessandra Moja, presa nesta manhã.
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Preso após a operação Salus et Dignitas, deflagrada em agosto de 2024 e que mirou as lideranças responsáveis por abastecer o tráfico no centro da cidade, Leo é investigado por organização criminosa, tráfico de drogas, associação para o tráfico, violação de comunicação radioelétrica e lavagem de dinheiro.
Ele já havia sido preso em duas ocasiões, em 2017 e 2021, mas na primeira vez deixou o presídio em uma saída temporária e não retornou. Na segunda, foi beneficiado por uma soltura condicional determinada pela Justiça, em junho de 2023.
De acordo com o governo do Estado, o líder estaria articulando a intimidação de funcionários da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) e a cobrança de propina dos moradores da região do Moinho para impedir a mudança das famílias do território.
Em abril, o governo do Estado iniciou a remoção voluntária das famílias do espaço que, de acordo com os planos do Executivo paulista, deve virar um parque. Após um aporte do governo, foi oferecido um valor de R$ 250 mil para que as famílias comprassem uma casa por meio da compra assistida do programa “Minha Casa, Minha Vida”.
De acordo com as investigações, Leo seria proprietário de diversos barracos na região, localizada entre os trilhos de trem da Linha 8-Diamante no centro, e a mudança atrapalharia não só os seus rendimentos, como também diminuiria sua influência na região, já que há suspeitas de que o crime organizado usava o Moinho como uma central de operações no centro da cidade.
Os hotéis e pensões que o suspeito seria dono serviriam para lavar dinheiro e também para estocar as drogas, enquanto os ferros-velhos são usados para a lavagem de dinheiro como receptores de fios de cobre roubados da fiação elétrica da cidade. Nesses ferros-velhos, ainda segundo o Ministério Público, dependentes químicos são submetidos a situação análoga à escravidão, trabalhando em troca de doses de cachaça e pequenas quantias de drogas.
2025-09-08 13:36:00