Roubos de carga: empresários pressionam Congresso por endurecimento da lei

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Empresários e entidades do setor logístico intensificam pressão sobre parlamentares para endurecer a legislação contra o roubo de cargas, crime que tem causado prejuízos bilionários às empresas e se agravado durante o governo Lula. Em audiência pública realizada nesta semana na Comissão de Viação e Transportes da Câmara dos Deputados, representantes exigiram ações concretas diante do avanço da criminalidade nas estradas brasileiras.

A audiência foi marcada por cobranças incisivas de líderes do setor, que pedem a aprovação de projetos de lei que endurecem penas, federalizam o crime e punem receptadores.

O diretor da Associação Nacional das Empresas de Transporte de Cargas, Carley Welter, alertou para a atuação de quadrilhas multifuncionais ligadas às facções criminosas que têm ocupado cada vez mais territórios no país. “Quando não há carga, traficam drogas, armas, cigarros. São organizações criminosas versáteis e bem estruturadas”, disse.

Quadrilhas especializadas e impacto estrutural

O Brasil ocupa o segundo lugar no ranking mundial de roubos de carga, atrás apenas do México. Segundo a Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística), o país registrou mais de 10 mil ocorrências em 2024, com perdas que ultrapassam R$ 1,2 bilhão. No primeiro semestre de 2025, os ataques cresceram 24,8%, com destaque para os estados de São Paulo e Rio de Janeiro, que concentram mais de 56% dos prejuízos.

Dados da Confederação Nacional do Transportador Autônomo revelam que 48% dos caminhoneiros já foram vítimas de roubo ou furto de carga. A insegurança afeta diretamente o abastecimento, eleva os custos operacionais e compromete o mercado de seguros, que já registra alta nas indenizações e prêmios pagos.
Governo e segurança pública

O governo federal, por meio do Comitê Gestor da Política Nacional de Repressão ao Furto e Roubo de Veículos e Cargas, admitiu que há desafios a serem vencidos no combate ao roubo de cargas. Francisco Rodrigues Neto, da Polícia Rodoviária Federal, enumerou os principais: cultura de segurança, compartilhamento de dados, integração das forças policiais e investimento em tecnologia.

Alimentadas pela impunidade, facções criminosas dominam cada vez mais serviços no Brasil

Pressão legislativa e projetos em pauta

Atualmente 65% das cargas no país são transportadas por rodovias e que 14% dos custos logísticos são destinados à prevenção de roubos. Isso encarece o produto final para o consumidor e compromete a competitividade do setor.

A expectativa do setor é que os projetos que se arrastam na Casa para endurecer o combate ao roubo de carga avancem ainda este semestre, diante da mobilização crescente e dos impactos econômicos que já ultrapassam o setor de transporte, atingindo diretamente o consumidor brasileiro.

– PL 1743/25, que propõe a rastreabilidade total das cargas desde a indústria até o comércio.
– PL 375/24, que federaliza o crime de roubo de cargas.
– PL 770/15 e apensados, que aumentam as penas para os envolvidos.
– PL 6260/19, que penaliza quem compra ou comercializa produtos oriundos de roubo.

Caminho para o Congresso

A pressão do setor logístico sobre o Congresso Nacional cresce em meio à escalada da criminalidade e à fragilidade da malha rodoviária. Empresários, associações e especialistas exigem respostas rápidas e eficazes. Como destacou João Paulo, CEO da Mundo Seguro, “o problema deixou de ser pontual e se tornou estrutural, exigindo ação imediata do poder público”.



Com informações da fonte
https://coisasdapolitica.com/politica/14/09/2025/setor-de-transporte-pressiona-congresso-por-endurecimento-da-lei-contra-roubo-de-cargas

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