O Rio de Janeiro deixou de ser considerado ‘ponto turístico’ do tráfico após megaoperação que neutralizou dezenas de bandidos de outros estados nos complexos da Penha e do Alemão, na última terça (28), que resultou na morte de 117 criminosos, entre eles, 40 oriundos de outros estados. A ação desmontou o polo estratégico do crime organizado, montado durante a vigência da ADPF das Favelas, que restringiu as ações da polícia nas comunidades.
“Tendo em vista estes resultados, a gente vê que o trabalho de investigação e inteligência foi adequada, todos perigosos e com ficha criminal. Também, pela identificação das origens desses narcoterroristas, reforço a importância da integração com os estados. Em breve, vamos entregar os relatórios completos da operação para as autoridades competentes”, disse Claudio Castro.
Entre os mortos identificados até o momento estavam chefes do tráfico com atuação em diversas regiões do país: Pará (13), Amazonas (7), Bahia (6), Goiás (4), Ceará (4) Espírito Santo (3), Paraíba (1), Mato Grosso (1). Segundo o secretário de Segurança Pública, Vitor Santos, os complexos da Penha e do Alemão vinham funcionando como QG do Comando Vermelho em todo o país.
“A investigação e as informações de inteligência mostram que lá nos complexos da Penha e do Alemão eram feitos treinamentos de tiros, para os marginais serem formados aqui e voltarem aos seus estados de origem para disseminar a cultura da facção”, afirmou Victor Santos, ao lado do secretário de Polícia Civil, Felipe Curi,
Com a ofensiva, muitos bandidos que antes buscavam abrigo no estado estão deixando do Rio, o que acendeu um alerta nas divisas com outros estados e até em países vizinhos, como Argentina e Paraguai, que temem a entrada de criminosos em fuga.
Lista de mortos inclui líderes do tráfico interestadual
A Cúpula da Segurança Pública do Rio divulgou nesta sexta-feira (31) parte da lista de mortos na chamada Operação Contenção. Segundo o secretário de Segurança Pública, Victor Santos, 90 dos 117 suspeitos já foram identificados. Desses, 78 tinham histórico criminal — incluindo homicídio e tráfico de drogas — e 42 estavam com mandados de prisão em aberto.
Entre os líderes do tráfico mortos estão:
– Russo (Vitória, BA)
– DG, FB e Mazola (Bahia)
– PP (Pará)
– Chico Rato e Gringo (Manaus, AM)
– Fernando Henrique dos Santos e Rodinha (Goiás)
A presença de criminosos de fora do estado reforça a tese de que o Rio virou uma espécie de “ponto turístico” do tráfico, atraindo facções de diversas regiões do país.
