Depois de seis meses de demolição e avaliação da estrutura, o icônico edifício da Mesbla, no Centro, vai entrar na fase de reconstrução e retrofit. O local, que passou a se chamar Ora, abrigou, por 60 anos, a histórica loja de departamentos, fechada em 1999, e ficou abandonado por mais de duas décadas. Agora, vai se transformar em residencial, com 190 unidades já totalmente vendidas e com entrega prevista para maio de 2027.
“A partir de novembro, começa a construir. A gente teve que demolir tudo para ver se a estrutura estava íntegra para o retrofit. Tivemos que deixar tudo no osso e refazer tudo”, explica o CEO da construtora Inti, Andre Kiffer, responsável pelas obras, que fazem parte de uma série de licenças concedidas pela Prefeitura do Rio no âmbito do projeto Reviver Centro, de revitalização dessa área da cidade.
Segundo o executivo, todas as unidades foram vendidas em apenas um dia, o que mostra como o mercado está aquecido e aberto a novos empreendimentos na região central da cidade. Ao contrário de outros lançamentos, comprados por fundos de investimento, Kiffer afirma que os apartamentos, de estúdios a “double suites”, foram adiquiridos pelo que chamou de “público final”, pessoas físicas. E mostra otimismo com o futuro da área.

Kiffer diz que o atual nível da taxa de juros ainda atrapalha e que o mercado imobiliário poderia estar “mais pujante”, mas aposta numa redução e acredita que haverá “muitas novidades” em 2026.
“Com essa massa de empreendimentos entregues, esperamos uma transformação grande no Centro”, diz. E cita o exemplo do Porto Maravilha, executado por outra construtora a Cury. “Ali é um novo bairro, de fato.”
Outros prédios seguirão o exemplo da Mesbla e serão convertidos para moradia
Além do antigo prédio da Mesbla, o executivo lista uma série de projetos em toda a região, como o que vai acontecer no edifício da avenida Presidente Wilson, em frente ao Consulado dos Estados Unidos e a antiga sede da Caixa Econômica Federal, na Almirante Barroso, 174, mas lembra que as transformações não acontecem rápido, de uma hora para a outra.
“O ciclo imobiliário é longo, um processo médio de oito a dez anos. Começa com a construção, que demora de dois a três anos, depois as pessoas começam a se mudar, a criar comércio, etc.”

