O silêncio marcou as duas reuniões da Câmara do Rio, nesta quinta-feira (04), sobre o aumento da Contribuição para Custeio do Serviço de Iluminação Pública (Cosip), o que deve mexer — e, em alguns casos, muito — na conta de luz dos cariocas.
A ideia do presidente da Casa, vereador Carlo Caiado (PSD), foi intensificar o diálogo e amarrar as pontas com o executivo, autor da proposta, os vereadores e a Federação das Indústrias do Estado (Firjan). O próprio Caiado comandou o encontro com os empresários — que protestam contra o aumento.
Uma das possibilidades avaliadas, para acalmar a turma da indústria, é apresentar uma emenda estabelecendo um teto para a cobrança da contribuição — e, assim, evitar que pequenos empresários sejam onerados em excesso.
Mas só ficou acertado que a Firjan vai fazer sugestões, que serão analisadas pelos parlamentares. Estiveram presentes no encontro Rafael Aloisio Freitas (PSD) e Flávio Valle (PSD).
Executivo não esclarece dúvidas sobre novo cálculo da contribuição para a iluminação pública
Já na reunião na qual foram discutidos detalhes técnicos sobre a composição da Cosip, participaram ainda os vereadores Rosa Fernandes (PSD), Pedro Duarte (Novo), Paulo Messina (PL), Felipe Boró (PSD), Dr. Gilberto (Solidariedade), Marcio Ribeiro (PSD) e Marcos Dias (Podemos). Pela prefeitura, estiveram presentes o secretário de Desenvolvimento Econômico, Osmar Lima, e o chefe de gabinete do prefeito, Fernando Dionísio, além de procuradores do município.
Os vereadores saíram com mais dúvidas do que tinham ao entrar.
“O curioso é que eu já havia feito as perguntas antes, e eles não sabiam. Agora continuaram sem saber responder”, disse Pedro.
O que se tem é que o projeto da prefeitura traz mudanças no modelo de arrecadação e que a ideia do prefeito Eduardo Paes é adotar um sistema progressivo. A promessa é aliviar quem consome menos e cobrar mais de quem consome mais, representando um impacto pequeno para o consumidor comum. Mas não há dados sobre como é feito o cálculo, nem o quanto se espera arrecadar com a mudança.
“Sinceramente, não entendi. O que o executivo foi fazer na reunião? Porque eles simplesmente não abriram a boca. Só assistiram à gente debatendo. Eu disse: ‘está bem, então eu vou dar para vocês uma conta e eu quero que vocês mostrem para onde vai o valor pago pela Dona Maria’. Peguei uma conta real, e perguntei para quanto vai e a memória de cálculo. Quais foram as variáveis utilizadas para chegar nesse valor. E eles não responderam”, disse Messina.
2025-09-04 16:56:00