A Polícia Civil investiga a informação de que aproximadamente 70 bandidos, vindos do Complexo do Alemão, do Complexo da Penha e de favelas da Baixada Fluminense, todas controladas pelo Comando Vermelho(CV), participaram de uma tentativa de invasão, entre o fim da noite de domingo e a madrugada desta segunda-feira, ao Morro da Quitanda, que faz parte do Complexo da Pedreira, em Costa Barros, na Zona Norte do Rio. Ambas têm territórios dominados pela facção terceiro Comando Puro(TCP), rival do CV. Houve tiroteio e quatro pessoas morreram. Duas delas eram inocentes e não tinham qualquer relação com o confronto.
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Marli Macedo dos Santos, de 60 anos, estava em casa, com um irmão, quando um bandido invadiu o local para fugir de rivais. Ela foi feita refém. Traficantes do TCP metralharam a residência e arremessaram granadas para tentar matar o invasor. A Polícia Militar foi chamada e conseguiu chegar até o local. Os bandidos do TCP fugiram, e após uma negociação de quase uma hora, o homem que seria um dos integrantes do CV se entregou.
Tiroteio levou pânico a moradores do Complexo da Pedreira
X/Reprodução
Ao entrar no imóvel, os policiais encontraram Marli ferida. Ela ainda foi levada para o Hospital Albert Schweitzer, em Realengo, mas não resistiu e morreu. Seu irmão não foi ferido. Já Elison Nascimento Vasconcelos, de 33 , saía de um pagode quando foi atingido no peito por uma bala perdida. Ele foi levado para o Hospital municipal Francisco da Silva Telles, onde morreu. Dois suspeitos também morreram em confronto com a Polícia Militar, na altura da Pavuna, e outros cinco foram presos. Houve apreensão de sete fuzis, uma granada, munição e seis carros.
Segundo a polícia, pouco antes da tentativa de invasão, os bandidos se reuniram na localidade conhecida como Caixa D’água, localizada na parte alta do Complexo do Chapadão. Durante o encontro, foi definido que o Morro da Quitanda seria o alvo da tentativa de invasão. O bando também queria tentar matar Douglas Oliveira dos Santos, o Pudim ou Geremias. Este último é apontado pela polícia como um dos homens que está à frente do tráfico do Morro da Quitanda. Segundo dados do site do Conselho Nacional de Justiça, em nome dele há um mandado de prisão preventiva expedido no dia 10 de janeiro de 2025 pela 21ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.
Em entrevista ao Bom Dia Rio, da TV Globo, o comandante do 41º BPM, tenente-coronel Leandro Maia, citou que a proximidade entre os complexos do Chapadão (CV) e da Pedreira (TCP) facilita a ação dos criminosos. De acordo com ele, o relato sobre o confronto na região chegou ao batalhão por volta de 22h30. O oficial disse que os bandidos que invadiram a residência estavam perdidos.
— Fizemos a negociação. Conseguimos retirar a senhora baleada e o irmão dela, que estava bem — disse ele, que lamentou a morte de Marli.
Nesta segunda-feira, parentes de Marli Macedo dos Santos estiveram no Instituto Médico-Legal, no Centro do Rio, para tratar da liberação do corpo da idosa. Descrita como uma pessoa alegre que tinha sempre um sorriso no rosto, ele deverá ser sepultada, nesta terça-feira.
— Ela era uma mulher especial, uma mãe, uma tia, uma avó, aquela que cuidada de todo mundo. Eu morei com ela e a considero como uma mãe. Vai deixar um legado especial que a gente não tem como falar em palavras. Os filhos estão arrasados. Marli era amada em Costa Barros. Ela morava lá há uns 30 anos. Era aposentada e adorava fazer palavras-cruzadas. Também ajudava o filho numa lojinha de descartáveis. Tinha sempre um sorriso no rosto para falar com todo mundo — disse Rosângela dos Santos, sobrinha da idosa.
Por conta dos tiroteios, a Secretaria municipal de Saúde informou que três unidades de Atenção Primária da região onde ocorreu o conflito precisaram suspender o funcionamento para segurança de usuários e profissionais. Já a UPA de Costa Barros reabriu nesta segunda-feira.
A Secretaria municipal de Educação afirmou que, nesta segunda-feira, 22 unidades escolares no Complexo da Pedreira fecharam as portas.
Com informações da fonte
https://extra.globo.com/rio/casos-de-policia/noticia/2025/10/reuniao-do-cv-no-chapadao-definiu-como-seria-invasao-com-70-traficantes-ao-complexo-da-pedreira.ghtml
Reunião do CV no Chapadão definiu como seria invasão com 70 traficantes ao Complexo da Pedreira
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