Os repasses do Estado do Rio para a Secretaria de Saúde da cidade de Mesquita despencaram de R$ 100 milhões em 2024 para pouco mais de R$ 3 milhões este ano — uma queda de 96%.
No ranking de repasse de verbas per capita do governo estadual para a saúde, Mesquita caiu para a 84ª posição dentre os 92 municípios fluminenses, apesar de contar com uma população estimada de quase 180 mil habitantes. A cidade aparece no ranking das 20 maiores populações do estado e a média per capita dos repasses é de R$ 18,98.
Em 2024, o estado de calamidade pública na saúde municipal foi decretado e Mesquita recebeu mais repasses do governo. Em termos de comparação, no ano de 2023, quando a cidade viveu um período de regularidade na área da saúde, o município recebeu dos cofres estaduais algo perto de R$ 40 milhões.
O subsecretário de Saúde do município, Leandro Guedes disse acreditar que o motivo para a diminuição dos repasses seja a candidatura do ex-prefeito Jorge Miranda (PL) a deputado federal no ano que vem, o que teria aborrecido o deputado federal Doutor Luizinho (PP), que dá as cartas na Saúde estadual.
“Dr. Luizinho não esconde de ninguém a irritação pelo fato de o nosso ex-prefeito ser candidato à Câmara dos Deputados em 2026. Ele esperava contar com o apoio que sempre teve em Mesquita da família Miranda. É uma crueldade o que ele vem fazendo com a população, que não tem nada a ver com isso e vem sofrendo com a diminuição na oferta de serviços e atendimentos”, disse o subsecretário de Mesquita. Leandro Guedes também aponta que o município deveria receber um repasse de R$ 54 milhões neste ano.
Secretaria estadual de Saúde e Dr. Luizinho explicam mudanças nos valores repassados à Mesquita
Procurada pelo TEMPO REAL, a Secretaria estadual de Saúde informou que os repasses aos municípios são pactuados durante reuniões da Comissão Intergestora Bipartite (CIB). A pasta também declarou que, no ano de 2025, “as pactuações para todas as cidades foram relacionadas ao funcionamento de unidades hospitalares e Unidades de Pronto Atendimento (UPAs). Mesquita não foi contemplada porque não conta com este tipo de serviço em sua rede de atendimento.
O deputado federal e ex-secretário de Saúde do Rio, Dr. Luizinho, declarou ao TEMPO REAL que não tem influência nos repasses da secretaria para os municípios.
“Não tenho qualquer influência nos repasses da Secretaria Estadual de Saúde. Quanto à candidatura do ex-prefeito Jorge Miranda, certamente não afetará minha eleição construída nos 92 municípios com 190.071 votos, em Mesquita obtive cerca de 5 mil votos”, declarou.

