Álvaro Malaquias Santa Rosa, o Peixão, chefe do Terceiro Comando Puro no Complexo de Israel, é um dos traficantes mais procurados pela Polícia Civil do Rio. Na última terça-feira, a família dele foi abordada pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) a caminho da Bolívia, o que levantou suspeitas sobre a possibilidade de ele estar foragido nesse país — os parentes foram liberados posteriormente. Ao longo do último ano, diversas operações foram feitas nas cinco comunidades que compõem o complexo. Em uma delas, ele chegou a ordenar que traficantes atirassem em direção à Avenida Brasil para forçar uma retirada dos agentes do território. Em todas, Peixão conseguiu escapar. Relembre os casos.
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Na manhã de 24 de outubro de 2024, policiais militares realizavam uma operação no Complexo de Israel, quando traficantes reagiram e dispararam contra a Avenida Brasil, que precisou ser fechada várias vezes naquele dia. Devido à situação, a cidade entrou em estágio 2 de alerta, um medidor de risco feito pela prefeitura. Três pessoas que estava na via morreram, e outras três ficaram feridas. O traficante fugiu.
Veja imagens da operação das polícia Civil e Militar no Complexo de Israel, na Zona Norte do Rio
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Carro incendiado pelo tráfico fecha a pista lateral da Avenida Brasil, na altura da Cidade Alta: bandidos também espalharam bloqueios pela favela para impedir avanço das forças policiais — Foto: Domingos Peixoto / Agência O Globo
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Motoristas se abrigam na mureta da Avenida Brasil durante o tiroteio — Foto: Reprodução de vídeo
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Operação das polícia Civil e Militar no Complexo de Israel, na Zona Norte do Rio — Foto: Domingos Peixoto / Agência O Globo
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Na comunidade de Parada de Lucas policias passam por um local chamada Ponte Verde — Foto: Gabriel de Paiva / Agência O Globo
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Operação das polícia Civil e Militar no Complexo de Israel, na Zona Norte do Rio, levou pânico para moradores e pessoas que passavam pela Avenida Brasil e Linha Vermelha, na altura da Cidade Alta (em Cordovil) — Foto: Domingos Peixoto / Agência O Globo
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Operação das polícia Civil e Militar no Complexo de Israel, na Zona Norte do Rio, levou pânico para moradores e pessoas que passavam pela Avenida Brasil e Linha Vermelha, na altura da Cidade Alta (em Cordovil) — Foto: Domingos Peixoto / Agência O Globo
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Operação das polícia Civil e Militar no Complexo de Israel, na Zona Norte do Rio, levou pânico para moradores e pessoas que passavam pela Avenida Brasil e Linha Vermelha, na altura da Cidade Alta (em Cordovil) — Foto: Domingos Peixoto / Agência O Globo
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Avenida Brasil e Linha Vermelha, na altura da Cidade Alta (em Cordovil) ficaram fechadas, nos dois sentidos, por cerca de uma hora — Foto: Domingos Peixoto / Agência O Globo
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Em fevereiro deste ano, as policiais civil e militar montaram uma operação de emergência para prendê-lo após informação de que ele estava escondido em uma casa na Cidade Alta, em Cordovil, na Zona Norte. Novamente, a Avenida Brasil precisou ser fechada, e quatro pessoas foram baleadas. Foi uma das vezes que os agentes mais se aproximaram do traficante, que conseguiu escapar pelos fundos de uma residência.
Já em janeiro, o tenente-coronel Ivan Blaz, ex-porta-voz da Polícia Militar, foi a um prédio no Flamengo procurar por Peixão. Ele tinha recebido informações anônimas de que o traficante estava visitando um parente e resolveu fazer a incursão sem autorização judicial para tal. No entanto, a situação saiu do controle, e câmeras de segurança filmaram o agente imobilizando o porteiro no chão. Ele foi transferido para a Diretoria Geral de Pessoal, a “geladeira” da corporação, e virou réu pelo ocorrido.
A abordagem aos parentes de Peixão ocorreu na BR-262, em Campo Grande (MS), após a PRF receber informações da Polícia Civil. Os condutores transportavam a esposa, os três filhos e um sobrinho do traficante. A polícia tinha informações de que Peixão tentaria fugir com a família e poderia estar em um dos veículos. Outra possibilidade investigada é a de que ele já estivesse fora do país, aguardando os familiares. Os detidos foram levados para a delegacia e, depois, liberados. Peixão não foi encontrado.
Numa revista nos veículos, os policiais encontraram várias joias, as quais continham inscrições fazendo referência ao foragido da justiça que é líder de uma facção criminosa, como “Mano Arão”. Um grosso cordão de ouro trazia uma estrela de Davi logo acima do medalhão, com a inscrição “Israel Defense Force” e a sigla IDF. Havia ainda muitos anéis, pulseiras e relógios, inclusive da marca Michael Kors. O sobrinho de Peixão alegou ser ele o dono das joias.
A PRF informou que todos os envolvidos foram detidos por suspeita de lavagem de dinheiro ou ocultação de bens, direitos, valores e promoção, constituição, financiamento ou integração, pessoalmente ou por interposta pessoa, de organização criminosa. O caso foi enviado para a Polícia Federal. Após depoimento, os parentes do Peixão foram liberados.

