Maior medalhista olímpica da história do Brasil, a ginasta Rebeca Andrade decidiu continuar sem competir este ano, estendendo o período sabático iniciado um pouco depois dos Jogos de Paris-2024. O objetivo da ginasta de 26 anos é recuperar o corpo e a mente para estar na melhor forma possível na próxima edição das Olimpíadas, em Los Angeles-2028. Por isso, ela desistiu de disputar o Mundial de Jacarta, em outubro, que era seu principal compromisso na temporada. A informação foi publicada pelo site ge.globo.
— Estou descansando. Está sendo bem importante pra mim. Era algo que eu queria há muito tempo, mas entendia as minhas prioridades. Então acabei jogando mais para frente. Mas hoje, para mim, está sendo maravilhoso — disse Rebeca.
Esta é a primeira vez que a ginasta experimenta um período de descanso, sem competições, desde que começou a atuar na categoria adulta, há uma década. Mês que vem, ela vai completar um ano sem entrar em ação — seu último campeonato foi o Brasileiro, em setembro de 2024. Nesse tempo, dividiu-se entre compromissos comerciais, premiações como o Laureus, em Madri, e viagens a lazer. As atividades no Centro de Treinamento do Time Brasil, no Rio, continuam na programação, mas em ritmo menos intenso.
— É também para a cabeça. Ela não vem ao ginásio obrigada. Ela vem, ela se diverte, ela treina, ela vê as meninas. Ela está com a rotina de treino mais baixa, mas com a cabeça muito boa — disse o técnico dela, Francisco Porath, o Xico, em entrevista ao ge.
Adeus ao solo
Na terça-feira, Rebeca anunciou que não competirá mais na prova de solo, aparelho em que conquistou a medalha de ouro em Paris. A decisão, segundo ela, é motivada por dores e pela necessidade de preservar a saúde física com seu histórico de lesões.
— O solo é o aparelho que mais causa impacto. Eu sou uma atleta de 26 anos, com histórico de cinco cirurgias no joelho (direito). Quando a gente entende nossos limites, é muito importante respeitá-los. Eu sei que vocês amam quando eu faço solo, mas ainda posso mostrar muito nos outros aparelhos — explicou a ginasta em sua participação na Rio Innovation Week, que acontece no Pier Mauá, no Rio.
Rebeca passou por cinco procedimentos no joelho, após romper o LCA (ligamento cruzado anterior) em 2015, quando ainda era adolescente. Foram três cirurgias maiores (2015, 2017 e 2019), além de duas intervenções para retirar fibrose resultante das operações.
O ouro na final do solo colocou Rebeca na história do esporte brasileiro em Jogos Olímpicos. Com as quatro medalhas conquistadas na capital francesa, ela se tornou a maior medalhista olímpica da história do Brasil, aos 25 anos, superando Robert Scheidt e Torben Grael, ambos da vela.
Ao todo, Rebeca Andrade conquistou seis medalhas olímpicas. Nos Jogos de Tóquio-2020, a ginasta faturou a prata no individual geral e o ouro no salto, enquanto em Paris 2024, ela ganhou mais quatro medalhas: ouro no solo, prata no individual geral, prata no salto e bronze por equipes.
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Rebeca Andrade decide continuar sem competir este ano e desiste do Mundial de Ginástica, em outubro
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