Químico do IFRJ explica como o metanol age no corpo e dá dicas de como se prevenir – Agência de Notícias

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Foto: Luiza Moraes / Agência O Globo

O número de casos suspeitos de intoxicação por metanol subiu para 52 no estado de São Paulo, segundo balanço divulgado nesta quinta-feira (2) pela Secretaria Estadual de Saúde. Diante do avanço do surto — que já tem uma morte confirmada e outras cinco sob investigação —, o reitor do Instituto Federal do Rio de Janeiro (IFRJ) e químico Rafael Almada publicou um vídeo com orientações claras sobre os riscos da substância e como se prevenir.

O que é o metanol e por que ele é perigoso?

Segundo Rafael, o metanol é um tipo de álcool com aparência e cheiro semelhantes ao etanol (o álcool usado em bebidas comuns), mas que, ao ser metabolizado pelo corpo, gera compostos tóxicos: primeiro o formaldeído e depois o ácido fórmico — o mesmo encontrado em picadas de formiga.

“O ácido fórmico ataca as mitocôndrias das células. Isso pode causar desde náusea, vômito, dor intensa até cegueira e falência de órgãos”, explicou o químico. A retina, por ter alta concentração de mitocôndrias, é especialmente afetada, o que explica a perda de visão em muitas vítimas.

Como ocorre a contaminação?

A contaminação por metanol geralmente acontece por meio de bebidas adulteradas ou clandestinas, que misturam metanol ao etanol para reduzir custos de produção. Por serem visualmente e olfativamente semelhantes, o consumidor dificilmente percebe a diferença — e o risco é altíssimo.

“É fundamental desconfiar de bebidas muito baratas, vendidas sem rótulo ou em recipientes improvisados”, alerta Rafael. “Metanol não é álcool de beber: é usado como solvente industrial e combustível. No corpo humano, age como veneno.”

Recomendações

  • Evite bebidas de origem duvidosa, sem registro ou rótulo;
  • Não compre bebidas alcoólicas em embalagens reaproveitadas ou sem procedência clara;
  • Denuncie irregularidades às autoridades sanitárias;
  • Em caso de sintomas como tontura, visão embaçada, vômitos ou confusão mental após o consumo de álcool, procure atendimento médico imediatamente.
  • O alerta é técnico, direto e urgente: metanol não tem dose segura. Um gole pode bastar para causar danos irreversíveis.

“É um assunto sério. Precisamos falar mais sobre a composição química das bebidas e exigir controle real de qualidade”, concluiu Rafael Almada.





Com informações da fonte
https://www.a3noticias.com.br/quimico-ifrj-recomendacoes-e-alerta-metanol/

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