Preso homem condenado por tráfico internacional e ligado à quadrilha que assaltou o Banco Central de Fortaleza

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Átila Carlai da Cruz deixa o apartamento de alto padrão onde vivia em São Paulo — Foto: TV Globo/Reprodução


Policiais civis da Delegacia de Defesa dos Serviços Delegados (DDSD) prenderam, nesta sexta-feira, um homem apontado como um dos criminosos mais procurados do país. De acordo com a Polícia Civil do Rio, Átila Carlai da Cruz, além de condenado por tráfico internacional, fez parte do grupo que roubou o Banco Central, em Fortaleza (CE), em 2005. Ele vinha sendo monitorado há meses pelo Setor de Inteligência da DDSD e foi localizado em um apartamento de alto padrão numa zona nobre da cidade de São Paulo.

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Átila começou a ter a rotina acompanhada pela polícia após investigações revelarem que ele mantinha relação com facções criminosas que atuam no Rio. Essas quadrilhas são responsáveis, segundo a polícia, por crimes que vão do tráfico de drogas e armas a fraudes bancárias, passando por roubos de cargas, clonagem de veículos e corrupção em serviços públicos.

De acordo com os investigadores, Átila mantinha uma identidade falsa, com CPF ativo, CNH regular e empresa registrada no Paraná. A fraude foi desmascarada por meio de análise biométrica, cruzamento de dados em sistemas federais e validação técnica pelo Instituto de Identificação Félix Pacheco (IIFP) da Polícia Civil.

Fraudes em caixas e tráfico em aeroporto

No Rio de Janeiro, Átila já havia sido condenado duas vezes por fraudes em caixas eletrônicos de bancos e responde atualmente a um terceiro processo pelo mesmo crime. Já em São Paulo, ele acumula diversas passagens, como a condenação de 32 anos de prisão por tráfico internacional de drogas, ligada a um esquema milionário de envio de malas com cocaína utilizando o Aeroporto de Guarulhos como ponto de envio de entorpecentes para Europa.

As cargas eram despachadas por meio de uma rede criminosa de funcionários e colaboradores corrompidos, garantindo que a droga chegasse a Lisboa, em Portugal, onde era recebida por cúmplices e revendida no mercado europeu.

As reuniões da quadrilha aconteciam num centro a oito quilômetros do aeroporto. Para participar do esquema, os funcionários recebiam 100 vezes o valor de seus salários. Em 2017, a Polícia Federal prendeu cinco suspeitos de fazer parte do banco.

Átila, que foi quem comandou o esquema para enviar 60 quilos de cocaína para Portugal, conseguiu escapar do cerco. Na ocasião, ele deixou para trás carros de luxo e também cartões usados nas fraudes bancárias.

O assalto ao Banco Central de Fortaleza completou 20 anos no último dia 6. Numa ação ousada, criminosos invadiram a caixa-forte do estabelecimento e levaram do local quase R$ 165 milhões de reais. O crime é considerado o maior furto da história do Brasil, teve repercussão internacional e inspirou um filme.

Bandidos alugaram uma casa na Rua 25 de Março e abriu, logo depois, uma empresa de venda de grama sintética. Durante três meses, eles cavaram o túnel que recebeu uma coluna e vigas de madeira para evitar desabamentos. A escavação tinha 80 metros de comprimento, sistema de iluminação elétrica e até mesmo ar-condicionado.

Por meio da passagem subterrânea, os criminosos tiveram acesso ao cofre do banco durante um final de semana e retiraram o dinheiro de lá. O roubo só foi descoberto na segunda-feira seguinte, no início do expediente.

Mais de 120 pessoas participaram do crime. A Justiça Federal no Ceará condenou 119 réus — alguns deles repetidos — em 28 processos originados pelo furto.



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2025-08-08 08:57:00

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