Presença de facções e milícias cresce 35,7% e já atinge 28,5 milhões de brasileiros, aponta Datafolha

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Em apenas um ano, o número de brasileiros que convivem com organizações criminosas saltou de 14% para 19% da população — um aumento de 35,7% que escancara o avanço das facções e milícias pelo território nacional. O dado, revelado por pesquisa Datafolha encomendada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, representa 28,5 milhões de pessoas vivendo sob influência direta do crime organizado.

O crescimento ocorre em meio a críticas à gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que tem sido acusada de promover políticas de desencarceramento, negligenciar o controle de fronteiras e divisas — facilitando a entrada de armas — e ignorar o fenômeno da “bandidolatria”, que atrai jovens para as fileiras do crime. A expansão das facções, especialmente no Nordeste, é vista por especialistas como resultado direto da ausência de uma política nacional eficaz de enfrentamento.

“Os dados da pesquisa parecem estar revelando um fenômeno de crescimento e de ampliação do poder de captura das facções em relação ao controle de territórios e mercados”, afirma Renato Sérgio de Lima, diretor-presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

Retrato da criminalidade no Brasil

– A pesquisa ouviu 2.007 pessoas com mais de 16 anos em 130 municípios entre 2 e 6 de junho.
– As capitais, grandes cidades e o Nordeste concentram os maiores índices de presença de facções.
– A influência criminosa atravessa classes sociais: 19% dos que ganham até dois salários mínimos vivem em áreas dominadas, contra 18% entre os que recebem de cinco a dez salários mínimos.

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Territórios sob domínio: sinais de degradação

– 27% dos moradores dessas áreas conhecem cemitérios clandestinos, contra 16% da média nacional.
– 40% relatam encontrar cracolândias no trajeto diário — número que cresceu desde o último levantamento.

Crime organizado em expansão

O estudo foi realizado antes das operações Carbono Oculto, Quasar e Tank, que revelaram a infiltração do PCC em setores como combustíveis e finanças. Para Lima, isso reforça que os dados não foram influenciados pelo noticiário recente, mas sim por uma realidade consolidada.

Desafio estrutural

“Quando há cooperação entre as agências de segurança, os resultados aparecem. O desafio é transformar isso em política de Estado”, alerta Lima.

Esse cenário de avanço territorial e social das facções exige respostas urgentes e coordenadas. A omissão pode custar caro — e já está custando.



Com informações da fonte
https://coisasdapolitica.com/cidades/16/10/2025/presenca-de-faccoes-e-milicias-cresce-357-em-um-ano-e-ja-atinge-285-milhoes-de-brasileiros-aponta-datafolha

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