Premier de Israel chama ataque na Austrália de ‘assassinato a sangue frio’; israelense e rabino britânico estão entre os mortos

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Policiais armados atuam no local após disparos na praia de Bondi, em Sydney — Foto: DAVID GRAY / AFP


O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse neste domingo ter alertado seu homólogo australiano de que as políticas do país fomentavam o antissemitismo. A declaração foi feita em referência ao ataque contra a comunidade judaica na praia de Bondi, na Austrália, que deixou ao menos 11 mortos, incluindo um cidadão israelense e um rabino britânico. Netanyahu classificou o ataque de “assassinato a sangue frio” e afirmou que o antissemitismo “se espalha quando os líderes ficam em silêncio”.

A polícia australiana encontrou alguns itens suspeitos, incluindo ao menos um “artefato explosivo improvisado”, em um carro ligado a um dos suspeitos do ataque, lançado enquanto centenas de pessoas participavam do início do festival judaico de Hannukah, que marca a vitória de judeus em uma batalha contra os gregos há mais de 2 mil anos para praticar sua religião livremente. Uma unidade antibomba foi enviada ao local.

A polícia classificou o ataque como “terrorista” e informou que um dos suspeitos foi morto, o segundo está em estado crítico e que investiga se houve a participação de um terceiro. Em um pronunciamento televisionado, o primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, afirmou que a ação teve como alvo a comunidade judaica durante o evento chamado de “Chanukah by the Sea”.

— Este é um ataque direcionado contra judeus australianos no primeiro dia do Hanukkah, que deveria ser um dia de alegria, uma celebração da fé — disse Albanese. — Um ato de maldade, antissemitismo e terrorismo que atingiu o coração da nossa nação.

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O presidente israelense, Isaac Herzog, classificou o ataque como “cruel contra os judeus” e instou as autoridades australianas a intensificarem o combate ao antissemitismo, enquanto o premier britânico, Keir Starmer, afirmou que o Reino Unido “sempre estará ao lado da Austrália e da comunidade judaica”.

A Confederação Israelita do Brasil (Conib) manifestou sua profunda consternação e solidariedade à comunidade judaica da Austrália, afirmando que “atacar judeus enquanto celebram sua fé não é apenas um crime contra indivíduos ou contra uma comunidade específica. É um ataque aos valores mais fundamentais da convivência democrática, à liberdade religiosa e ao direito de viver sem medo”.

A Federação Israelita do Estado de São Paulo expressou sua solidariedade a todos que sofrem as consequências do ataque, fazendo o alerta de que “a tolerância ao discurso de ódio tem consequências reais e violentas. O silêncio e a relativização diante do antissemitismo custam vidas”.

‘Completamente previsível’

A praia de Bondi, no leste de Sydney, é uma das mais populares do país e atrai inúmeros banhistas e turistas, especialmente nos fins de semana.

— Ouvimos os tiros. Foi chocante; parecia que foram dez minutos de ‘bang, bang, bang’. Parecia uma arma potente — disse à AFP Camilo Díaz, um estudante chileno de 25 anos que estava no local.

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Os serviços de emergência receberam as primeiras ligações por volta das 18h47 (4h47 no horário de Brasília), segundo a polícia.

A colina coberta por grama que leva à praia de Bondi estava repleta de pertences abandonados por pessoas que fugiram do local, incluindo um carrinho de bebê, relatou um jornalista da AFP presente no local. Equipes médicas atendiam várias pessoas deitadas na grama à beira da praia, de acordo com imagens da emissora pública ABC.

Uma arma que parecia ser uma espingarda estava ao lado de uma árvore na área.

— Houve um ataque a tiros, dois agressores vestidos de preto com fuzis semiautomáticos — disse o turista britânico Timothy Brant-Coles à AFP.

Outra testemunha, Harry Wilson, um morador local de 30 anos, disse ao Sydney Morning Herald que viu “pelo menos dez pessoas no chão e sangue por toda parte”.

O presidente da Associação Judaica da Austrália, Robert Gregory, disse à AFP que o ataque foi “uma tragédia, mas completamente previsível” e denunciou o governo por “não tomar medidas adequadas para proteger a comunidade judaica”.



Com informações da fonte
https://oglobo.globo.com/mundo/noticia/2025/12/14/premier-de-israel-chama-ataque-na-australia-de-assassinato-a-sangue-frio-israelense-e-rabino-britanico-estao-entre-os-mortos.ghtml

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