Policial assiste a vídeos no TikTok e troca 'mensagens íntimas' enquanto homem detido morria no banco traseiro de viatura

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Um policial de Oregon (EUA) deixou um homem com transtornos mentais morrer dentro de uma viatura, enquanto assistia a vídeos no TikTok e trocava “mensagens íntimas”, de acordo com um processo movido pela família de Nathan Bradford Smith, de 33 anos, apresentado na última quarta-feira (6/8).
Diagnosticado com esquizofrenia e transtorno bipolar, Nathan morreu de hipertermia — agravada pelo uso de metanfetamina — durante a abordagem policial em julho de 2024. Segundo o processo, o policial teria deixado Nathan detido no banco de trás de uma viatura estacionada, com as janelas fechadas, “num dia quente”, enquanto se distraía com o celular em vez de prestar socorro.
A ação judicial foi movida contra os policiais Benjamin Martin, Tristan Smith e Wesley O’Connor, acusando-os de negligência e “interferência deliberada” por ignorarem sinais claros de sofrimento físico e mental da vítima.
Nathan foi abordado após ser visto fumando metanfetamina e falando de forma “rápida e incoerente”, segundo os policiais. Por volta das 17h do dia 7 de julho, ele foi encontrado no chão, vestindo um casaco grosso e calça impermeável, em frente a um motel.
A ação judicial foi movida contra os policiais Benjamin Martin, Tristan Smith e Wesley O’Connor, acusando-os de negligência e “interferência deliberada” por ignorarem sinais claros de sofrimento físico e mental da vítima.
Reprodução / Centro de Recursos de Justiça do Oregon
“Uma das pessoas que ligaram para o 911 indicou estar preocupada com a segurança do Sr. Smith”, segundo o processo. “Outra pessoa que ligou indicou que o Sr. Smith estava no chão, ‘se debatendo'”, diz o processo.
De acordo com um policial estadual que revisou as imagens da câmera corporal dos agentes, Nathan ainda estava no chão e respirando com dificuldade ao ser algemado pelos policiais. Ele foi então levado por Martin até um departamento policial, onde a viatura foi estacionada e Smith permaneceu dentro do veículo, com as janelas fechadas.
Durante o período em que Nathan estava na viatura, Benjamin Martin trocou mensagens de texto, incluindo uma que dizia: “Estou tão pronto para abraços que parece que não te vejo há uma semana”, relatou o portal de notícias local “Oregon Live”.
As imagens da câmera do painel da viatura mostram que, ao retornar, o policial encontrou Nathan inconsciente, com a cabeça reclinada e respirando de forma irregular. Martin então administrou um medicamento para overdose e acionou uma ambulância, segundo investigadores estaduais.
Quando os paramédicos chegaram, Nathan apresentava febre de quase 42°C e foi levado às pressas para um hospital local, onde sofreu uma parada cardíaca e morreu. “A causa da sua morte foi listada como ‘hipertermia devido à intoxicação por metanfetamina e provável contribuição exógena do uso de várias camadas de roupas pesadas'”, alegou o processo.
“Quando os policiais o encontraram, ele apresentava claramente sinais de sofrimento médico, e o que sabemos quando ele finalmente conseguiu consultar um médico é que sua temperatura era de 41,5°C. Ele estava hipertérmico e ia morrer. E, infelizmente, morreu. Houve um atraso de 40 minutos na chegada de assistência médica crítica”, disse o advogado da família, Juan Chavez.
Nathan Bradford Smith tinha 33 anos quando morreu por hipertermia
Reprodução / Centro de Recursos de Justiça do Oregon
O pai de Nathan, Kurt Smith, declarou ao jornal “The Oregonian” que o filho estava hospedado no motel e que havia o visitado uma semana antes da tragédia. Ele só soube a verdadeira causa da morte após procurar uma funerária, já que os policiais se recusaram a fornecer mais informações.
“Ele não merecia ser deixado ali para morrer”, desabafou Kurt.
De acordo com o “New York Post”, nenhuma acusação criminal foi apresentada após o incidente, e o processo busca indenização por danos não especificados.
*estagiário sob supervisão de Fernando Moreira



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