Uma explosão ocorreu na sexta-feira em frente a um complexo prisional no conturbado porto equatoriano de Guayaquil (sudoeste), após uma semana de violência que deixou cerca de trinta detentos mortos, informou a polícia, sem especificar se houve vítimas.
- Leia também: Novo confronto entre gangues em presídio no Equador deixa ao menos 17 mortos
Destroços de um veículo e uma forte presença militar e policial foram vistos no local da explosão, confirmou um jornalista da AFP. Bombeiros estavam extinguindo o incêndio causado pela explosão.
“Após o alerta sobre a explosão de um artefato em frente ao Presídio de Guayas (na província da qual Guayaquil é a capital), equipes especializadas foram mobilizadas”, informou a polícia.
A violência eclodiu na segunda-feira, quando 13 detentos e um guarda morreram em confrontos entre membros de gangues de drogas na cidade costeira de Machala (sudoeste).
O ataque se intensificou na quinta-feira no porto de Esmeraldas (noroeste), onde 17 detentos foram mortos, alguns deles decapitados. Naquele dia, o diretor da maior prisão de segurança máxima do Equador, em Guayaquil, foi vítima de um ataque armado, do qual conseguiu escapar ileso.
As prisões equatorianas são palcos frequente de atos brutais, às vezes envolvendo corpos desmembrados queimados em grandes fogueiras. Desde 2021, confrontos entre detentos deixaram mais de 500 mortos.
O pior massacre já registrado ocorreu no complexo prisional de Guayaquil, que abrange cinco prisões. Em setembro de 2021, mais de 100 presos foram declarados mortos, e os detentos transmitiram corpos desmembrados incinerados em grandes fogueiras ao vivo nas redes sociais.
O órgão responsável pela administração penitenciária (SNAI) indicou que a explosão ocorreu na área conhecida como Guayas 1 ou Penitenciária Litoral, a maior prisão do sistema prisional de Guayaquil.
Após a explosão, “todos os protocolos de segurança foram estabelecidos com a polícia em todo o perímetro da prisão (…) No momento, as investigações pertinentes estão em andamento para encontrar os responsáveis”, afirmou em um comunicado.
As prisões equatorianas estão sob controle militar desde 2024, quando o presidente Daniel Noboa declarou seu país em conflito armado interno para enfrentar cerca de vinte organizações locais de drogas com ligações com cartéis internacionais.
Nos últimos seis anos, os homicídios no Equador aumentaram mais de 600%.