Com informações de G1. A Polícia prendeu três homens, entre eles dois policiais militares, suspeitos de matar o policial civil Carlos José Queirós Viana, de 59 anos, em Niterói. O crime, investigado como execução, aconteceu na manhã desta segunda-feira (6).
Agentes da Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Maricá (DHNSG) em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, foram os responsáveis por realizar as prisões, que ocorreram poucas horas após o crime. O caso é investigado como execução.
Com os suspeitos, os investigadores apreenderam armas com calibres compatíveis com os usados no assassinato. Segundo a Polícia Civil, o carro utilizado no crime era clonado.
Os presos foram identificados como:
- Cabo Fábio de Oliveira Ramos, do 3º BPM (Méier);
- Cabo Felipe Ramos Noronha, do 15º BPM (Duque de Caxias);
- Mayck Junior Pfister Pedro.
Carlos José foi morto na porta de casa, na Rua Raul Corrêa de Araújo, em Niterói. Ele era comissário na 29ª DP (Madureira).
Imagens de câmeras do Centro Integrado de Segurança Pública (Cisp) do município foram essenciais para identificar e rastrear a rota de fuga dos criminosos até Duque de Caxias, onde a prisão foi efetuada.
A Corregedoria da PM acompanhou a prisão dos dois policiais e informou que eles serão encaminhados para o Batalhão Especial Prisional (BEP), unidade destinada a policiais militares custodiados.
Eles também vão responder a um procedimento administrativo interno que pode levar à expulsão da corporação.
Governador e autoridades comentam prisão
O governador Cláudio Castro (PL) disse que os policiais militares presos mancham a honra da instituição.
“Homens são falhos. Mas, se a gente está prendendo, isso mostra que não temos bandido de estimação. A Polícia Militar é a que mais pune, e vamos dar punição àqueles que praticam o crime”, disse o governador.
“Se antigamente o policial falava que tinha que ir para o lado errado porque não tinha salário, isso hoje não existe mais. O policial que vai para o lado errado hoje é bandido e será punido exemplarmente. Esses, se comprovado, vamos iniciar o processo de expulsão imediatamente. Eu defendo uma lei mais dura para aqueles da segurança pública que vão para o lado errado”, acrescentou.
O governador comentou o caso durante a inauguração da nova Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) da Zona Sul do Rio.
O delegado Willians Batista, titular da DHNSG, afirmou que a principal linha de investigação é execução. Segundo ele, a hipótese de latrocínio — roubo seguido de morte — já foi descartada pela equipe responsável pelo caso.
“Conseguimos posicionar o carro entrando em Xerém, e esse carro havia acabado de ser queimado. Conseguimos abordar um veículo, com três homens. No carro estavam três armas que eram de calibres compatíveis com o que foi utilizado no crime”, explicou Willians Batista.
Já o secretário de Polícia Civil do RJ disse que a polícia investiga se há mais pessoas envolvidas no crime.
“Ainda vamos investigar para ver se tem mais gente envolvida. E se tiver mais alguém envolvido, também vamos fazer as diligências para fazer as prisões necessárias”, prometeu Felipe Curi.
Como aconteceu o crime
Carlos José foi morto a tiros por volta das 6h30 desta segunda, ao sair de casa para jogar o lixo, em Niterói.
De acordo com a polícia, os atiradores estavam em um carro modelo Ônix branco e fugiram logo após o crime.
“É bem razoável que eles já tivessem informações precisas sobre a rotina da vítima”, pontuou o delegado Willians Batista.
Pouco depois das 7h30, as polícias Militar e Civil estavam na região do crime.
Em nota, a Polícia Militar informou que PMs do 12° BPM (Niterói) foram acionados para uma ocorrência de homicídio, no bairro de Piratininga, nesta manhã.
Segundo o comando da unidade, no local os agentes constataram a morte de um homem vítima de disparo de arma de fogo.
Ainda de acordo o comunicado, o local foi isolado e a área preservada para o trabalho para a perícia da DHNSG. A PM disse que o policiamento foi reforçado na região.