Átila Carlai da Luz foi encontrado em apartamento de luxo em São PauloReprodução
Rio – A Polícia Civil prendeu, nesta sexta-feira (8), um homem suspeito de envolvimento com a quadrilha que assaltou o Banco Central, crime ocorrido em Fortaleza, no Ceará, em 2005. O grupo levou cerca de R$ 165 milhões, se tornando o maior furto da história do país.
Átila Carlai da Luz foi encontrado por policiais da Delegacia de Defesa dos Serviços Delegados (DDSD) em um apartamento de luxo em São Paulo. Ele é apontado como um dos criminosos mais influentes do país e condenado por tráfico internacional de drogas.
De acordo com a Polícia Civil, o homem vinha sendo monitorado há meses após investigações identificarem o seu relacionamento com organizações criminosas cariocas, responsáveis por diversos delitos, como tráfico de drogas e de armas, fraudes bancárias, roubos de cargas, clonagem de veículos e corrupção em serviços públicos.
A DDSD descobriu que Átila vivia com uma identidade falsa, usando o nome de outra pessoa, com CPF ativo, CNH regular e empresa registrada no Paraná. A fraude foi desmascarada por meio de análise biométrica, por cruzamento de dados em sistemas federais e validação técnica pelo Instituto de Identificação Félix Pacheco (IFP).
No Rio, Átila já havia sido condenado duas vezes por fraudes em caixas eletrônicos de bancos e responde atualmente a um terceiro processo pelo mesmo crime.
Em São Paulo, ele acumula diversas passagens, com destaque para uma condenação a 32 anos de prisão por tráfico internacional de drogas, utilizando o Aeroporto de Guarulhos como ponto de envio dos entorpecentes para países da Europa. Segundo a Polícia Civil, essa condenação tem ligação com um esquema milionário de envio de malas com cocaína. As bagagens eram despachadas por uma rede de funcionários e colaboradores do aeroporto, garantindo que a droga chegasse a Lisboa, em Portugal, onde era recebida por comparsas e revendida no mercado europeu por valores que multiplicavam exponencialmente o lucro da quadrilha.
A corporação informou que a prisão representa um golpe expressivo contra o crime organizado, pois Átila teria associação e vínculo operacional com pessoas envolvidas no furto ao Banco Central, além de integrar redes criminosas interestaduais.
Relembre o crime
O assalto aconteceu na madrugada do dia 6 de agosto de 2005 e completou 20 anos na última quarta-feira (6). Os criminosos alugaram uma casa próximo da sede do banco e escavaram um túnel, por cerca de três meses, para conseguir acessar o cofre.
A passagem foi criada com vigas de madeira para evitar desabamentos. O buraco, com cerca de 80 metros de comprimento, contava com iluminação elétrica e sistema de ar-condicionado.
Mais de 120 pessoas participaram do furto, que se tornou o maior da história do país. O crime, que ocorreu sem disparar um alarme e um disparo de arma, ganhou repercussão internacional, virando livro e filme.
2025-08-08 10:21:00