Uma quadrilha especializada no golpe da falsa central de banco foi presa nessa quinta-feira (16/10) pela Polícia Civil do Rio de Janeiro, em uma operação que revelou um esquema milionário de fraudes eletrônicas e uma rotina de ostentação em condomínios de alto luxo.
Os criminosos foram localizados em uma mansão na Barra da Tijuca, onde viviam rodeados de artigos caros, carros importados e roupas de grife.
Segundo as investigações, o grupo fazia parte de uma organização que movimentou mais de R$ 25 milhões em três anos, com mais de 200 vítimas em todo o país.
O golpe da chamada “central fantasma” consistia em fingir ser o serviço de atendimento de bancos, principalmente o Banco do Brasil, para enganar correntistas.
Os criminosos se passavam por funcionários das instituições financeiras, afirmando que havia uma fraude na conta da vítima.
Em seguida, orientavam o cliente a fornecer senhas, instalar aplicativos de acesso remoto ou transferir valores para contas controladas pela quadrilha.
Algumas vítimas chegaram a perder mais de R$ 100 mil em uma única ligação. A quadrilha também teve acesso a dados de 70 mil clientes do Banco do Brasil, o que possibilitava simular contatos legítimos e aumentar o poder de persuasão durante os golpes.
Luxo, ostentação e “vida de rei”
De acordo com a polícia, os integrantes do grupo ostentavam nas redes sociais uma vida de luxo incompatível com suas declarações de renda.
Entre os bens apreendidos estão joias, relógios de marca, perfumes importados e roupas de grife.
Um dos alvos chegou a comprar um tênis de R$ 8,3 mil e exibia viagens internacionais e carros esportivos em suas publicações.
O bloqueio judicial de R$ 14 milhões foi decretado pela Justiça, além do sequestro de veículos, imóveis e valores em contas bancárias.
Durante as ações, os agentes também apreenderam cerca de R$ 80 mil em espécie e um carro Honda HR-V.
Operação integrada
A ação desta quinta-feira é um desdobramento da Operação Central Fantasma, deflagrada na terça-feira (14/10) pela Polícia Civil de Santa Catarina, em parceria com a Polícia Civil de São Paulo.
Na primeira fase, quatro integrantes do grupo foram presos nas cidades de São Paulo, Guarulhos e Bertioga.
Com base em informações de inteligência, os investigadores descobriram que a liderança da quadrilha havia fugido para o Rio de Janeiro, onde se escondia em um condomínio de altíssimo padrão na Barra da Tijuca.
Após cruzamento de dados e monitoramento, os quatro criminosos foram capturados nesta manhã por agentes da 12ª DP (Copacabana), sob coordenação da Secretaria de Polícia Civil (Sepol).
Os presos vão responder por fraude eletrônica, associação criminosa e lavagem de dinheiro.
