polícia pede que Justiça determine exclusão das contas de Capitão Hunter das redes sociais

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João Paulo Manoel ao ser preso em São Paulo — Foto: Reprodução


O delegado Cristiano Maia, da Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (DCAV) solicitou que a Justiça determine a Meta, responsável pelo Facebook, Instagram e pelo Whast’s App, a exclusão das contas mantidas pelo influenciador e youtuber João Paulo Manoel, o Capitão Hunter. Produtor de conteúdo do mundo dos games e do universo Pokémon, voltado ao público infantil e juvenil, ele é suspeito de crimes de estupro virtual de vulnerável e de  produção de cenas pornográficas contendo adolescente.

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A DCAV investiga a existência de duas vítimas do influencer. Uma menina de 13 anos, e um menino de 11, este último ainda não localizado pela polícia. Moradora do Rio de Janeiro, ela teria recebido e enviado fotos íntimas para o youtuber. Segundo a polícia, João Paulo oferecia pelúcias e cartas raras de Pokémon como recompensa em troca das imagens da menina. O caso começou a ser investigado pela especializada em setembro de 2025, quando a mãe da adolescente procurou a polícia. Ela descobriu o que acontecia após notar um comportamento diferente da filha, que parecia estar tristonha e reclusa. Ao conversar com a mãe, a jovem chorou e contou que vinha sendo assediada pelo influenciador. Com mais de 1 milhão de seguidores, ele é especializado no universo Pokémon de cartas.

Polícia pede que Justiça determina exclusão de conta de influenciador Capitão Hunter das r

A mulher contou aos investigadores que a filha narrou ter recebido de Capitão Hunter pedidos de cunho sexual e até fotos de partes íntimas. O assédio aconteceu este ano por redes sociais. Ele conheceu a adolescente em um evento em shopping, na Zona Norte do Rio, quando esta tinha apenas 11 anos. Segundo a investigação da DCAV, o youtuber se aproximou da menina e disse que apoiaria a adolescente em jogos on-line. 

Youtube Capitão Hunter, posa ao lado de um pokemon inflável, durante evento da animação — Foto: Reprodução
Youtube Capitão Hunter, posa ao lado de um pokemon inflável, durante evento da animação — Foto: Reprodução

Ele também teria custeado as despesas da garota para uma viagem onde ela participou de evento Pokémon, em São Paulo, onde esteve acompanhada da mãe. Ouvida por uma psicóloga servidora da Polícia Civil, a adolescente contou que o influenciador mencionou que daria a ela um Pokémon de pelúcia Gyarados( espécie de dragão ou serpente voadora). Nesta ocasião, ele enviou uma foto de cueca dizendo que o brinquedo estava guardado na peça de roupa íntima. 

Veja mais: quem é Capitão Hunter, Youtuber do universo Pokémon, preso por suspeita de exploração sexual de crianças e estupro de vulnerável

A polícia confirma a existência da investigação de pelo menos dois casos. Uma menina de 13 anos e um menino de 11, ainda não localizado. A primeira é do Rio de Janeiro e manteria contato com o influenciador desde os 11 anos. Segundo relatório da investigação da DCAV, o influenciador se valeu da condição de ídolo da vítima para que ela concedesse imagens de partes íntimas. “Trata-se de um abusador com elevado grau de periculosidade, atraindo crianças e adolescentes por meio de um perfil mentiroso para que ganhe a confiança dos vulneráveis e passe a assediá-las e coagi-las”, revela um trecho do documento.

João Paulo Manoel, de 45 anos, é investigado por crimes contra uma menina e um menino, com quem teve contato por meio de redes sociais e eventos — Foto: Reprodução
João Paulo Manoel, de 45 anos, é investigado por crimes contra uma menina e um menino, com quem teve contato por meio de redes sociais e eventos — Foto: Reprodução

Após fazer contato pelas redes sociais, o influenciador, a partir de2025, começou a solicitar fotos íntimas à menina, oferecendo produtos ligados ao universo que explora em troca. A investigação, que começou em setembro passado e durou cerca de um mês, detalhou que ele ofereceu como recompensa cartas de um jogo do Pokémon.

Veja mais: o que são as cartas Pokémon, conteúdo usado pelo youtuber preso em São Paulo, suspeito de exploração sexual

Ele também teria enviado diversas imagens inapropriadas dele para a vítima, mostrando as partes íntimas. O registro das conversas confirmou a conduta do suspeito e revelou que ele chegou a dizer para a menina que nem parecia que ela era uma criança.

Segundo o delegado Cristiano Maia, da DCAV, contra Capitão Hunter foi cumprido um mandado de prisão temporária (de 30 dias) pelos crimes de estupro de vulnerável e produção de conteúdo pornográfico infantil. A ordem judicial foi expedida pela Vara Especializada da Criança e do Adolescente, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.

O suspeito foi detido, nesta quarta-feira, na cidade de Santo André, em São Paulo. A ação contou ainda com apoio de policiais paulistas. Os agentes também cumpriram mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao suspeito. A Justiça autorizou a quebra de sigilo de dados de equipamentos de informática apreendidos.

Todos os aparelhos eletrônicos encontrados serão encaminhados para perícia no Instituto de Criminalística Carlos Éboli, no Rio de Janeiro. 



Com informações da fonte
https://oglobo.globo.com/rio/noticia/2025/10/23/suspeita-de-estupro-virtual-policia-pede-que-justica-determine-exclusao-das-contas-de-capitao-hunter-das-redes-sociais.ghtml

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